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    Mensagem por Evan Sáb Mar 28, 2009 8:10 pm

    U2 - 1984 e 1985

    O disco The Unforgettable Fire e o Live Aid foram os dois grandes acontecimentos na vida do grupo nesse período. Isso sem falar do projeto Band Aid no qual Bono e Adam Clayton participaram. Foi no estádio de Wembley que a banda pulou para o posto de supergrupo. O U2 também ganhou o título de "grupo dos anos 80" da Rolling Stone e que muito ajudou a renegociar um contrato milionário com a Island. E ainda teve um EP (Wide Awake in América) e o nascimento de "Pride" e "Bad", dois dos maiores clássicos de seu repertório. De quebra, um texto apaixonado escrito por Joan Baez sobre a performance do grupo no Live Aid, traduzido por Maria Teresa Menegassi da Rosa, uma das maiores fãs da banda no Brasil. Pelo resumo, já percebeu que a história será longa...


    1– A exposição inesquecível
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u206_cartaz.jpgA excursão promocional de War deu o respaldo que a banda tanto precisava. Com shows esgotados pela América, eram, finalmente, uma das maiores bandas do planeta, ou até a maior. E começavam a receber convidados em suas apresentações. Na Filadélfia, Bruce Springsteen subiu ao palco para tocar com a banda. Ao término da turnê, o grupo doou para o Chicago Peace Museum todo o cenário utilizado na turnê, para ser exibido em uma exposição muito particular: pinturas feitas por moradores de Hiroshima e Nagasaki à época do bombardeamento das cidades japonesas, na Segunda Guerra Mundial. O nome da exposição era “The Unforgettable Fire”.
    A exposição sensibilizou muitos os quatro músicos e acharam que o nome daria uma bela idéia para um novo disco. E o novo disco era uma preocupação imensa naquele momento. A maior dificuldade era convencer o produtor que desejavam a trabalhar com eles: Brian Eno.

    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u206_eno02.jpgBrian era uma figura cultuada no meio. Ex-integrante do Roxy Music, era considerado um homem singular, por suas idéias e o conceito de “no musician”. Segundo Brian, um músico não precisa ser virtuose para ser um considerado um mestre. Brian acreditava (e ainda acredita) que se cada um souber trabalhar os arranjos e conseguir aproveitar todo o seu potencial, por menor ou maior que ele seja, atingirá uma excelência. E Brian havia feito muito disso com dois artistas que o U2 amava: David Bowie e Talking Heads.
    Mas o problema é que Brian não estava muito animado em produzir o grupo. Ele conta que ficou meses sem responder os insistentes telefonemas da banda para que telefonasse para eles. O motivo é que não via como poderia se encaixar nas canções do grupo. “Para ser sincero, eu tinha odiado todo o trabalho deles, não havia nada em comum comigo e não tinha idéia porque tinham me escolhido.”
    Depois de tanto insistirem, Brian concordou em viajar até Dublin para conhecer os insistentes irlandeses, levando um jovem engenheiro de som chamado Daniel Lanois.

    O encontro foi melhor do que Brian esperava. A princípio, tentou demover a banda dizendo que se fossem produzidos por eles soariam como jamais pensariam e que mudariam totalmente de estilo. Pois Brian ficou surpreso quando o grupo disse que era justamente isso que desejavam. “Não queremos fazer um filho do War. Queremos dar um passo à frente em nossa música”, disse The Edge.
    Brian confessa que mais do que as músicas, o que realmente o interessou foram os próprios integrantes. “Quando vi Bono pela primeira vez sabia que teria que trabalhar com ele. Não sei explicar o que senti, apenas que o achei uma figura interessante demais para ser descartada. O mesmo se aplicou com The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen. Eles não eram pessoas convencionais de uma banda convencional. Ali, vi que seria um projeto muito interessante.”

    2 – A banda do ano fica milionária
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u206_u2.jpgEm março de 1984 o grupo é escolhido como o grupo do ano pela revista Rolling Stone. Se a banda gostou, Paul McGuinness simplesmente pulou de alegria com a notícia. E não era para menos. Finalmente ele tinha um grande trunfo para tentar renegociar, mais uma vez, o contrato do grupo com a Island. Paul então marcou uma reunião com o Chris Blackwell e levou Owen Epstein e Ossie Kilkenny.
    Ao final da reunião, os três saíram pulando que nem crianças. O antigo acordo de US$ 50 mil mais royalties tinha se transformando em um novo contrato para mais quatro discos ganhando US$ 2 milhões adiantados por disco mais royalties. Traduzindo: o U2 era uma banda milionária agora. Os anos de dureza haviam terminado.
    McGuinness e Epstein voaram para Dublin até os estúdios Widmill Lane onde a banda estava gravando o novo disco. Paul reuniu a banda e deu a grande notícia. O grupo ouviu em silêncio e então Paul levou uma ducha gelada de Bono. “O dinheiro poderá nos destruir, nos corromper. Pode nos separar dos amigos, de nossas famílias, de nossas raízes. Estamos felizes pelo acordo, mas não há necessidade para a festa. Agora precisamos voltar ao trabalho e terminar esse disco.”
    Paul esperava tudo, menos ouvir isso. “Não é possível”, pensava, “fiz um acordo milionário e eles reagem com essa frieza?”
    Mas o que o empresário não sabia é que as gravações estavam sendo caóticas como nunca haviam sido anteriormente. O motivo é que as músicas não funcionavam. Após definirem que usariam a exposição “The Unforgettable Fire” seria o tema central, nada mais deu certo. Duas semanas antes de começarem as gravações com Brian e Lanois, o grupo não tinha sequer uma única nova canção. Para piorar, o grupo temia que Eno pensasse “meu Deus, que banda horrorosa. Como fui entrar nessa?” O pânico era tão grande que pensaram em desistir de tudo.
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u206_ensaios.jpgQuando Brian e Daniel chegaram para começarem o trabalho, The Edge resolveu sentar com os dois para discutirem as idéias. O primeiro passo era tentar encontrar o som correto para as músicas. Quais guitarras e tratamentos seriam usados? Como seriam gravadas? Haveria muito ensaio ou seria algo mais “ao vivo”? A idéia central era falar do horror da guerra nuclear e tentar fazer com que tudo isso se encaixasse. Era um trabalho imenso, mas possível. Ou não?
    Uma das primeiras atitudes foi mudar de local. O grupo deixou Widmill e foi trabalhar no Slane Castle, mesmo local que haviam tocado com o Thin Lizzy anos atrás. Todos ficariam praticamente trancados trabalhando lá até que conseguissem encontrar o que procuravam.
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u206_edge.jpgE algumas tensões começaram a acontecer. Enquanto Brian e The Edge ficavam conversando e tocando algumas melodias, Bono os rondava com um lobo ouvindo cada nota para tentar encontrar inspiração. Brian ficava irritado com a situação, já que para ele, Bono deveria estar escrevendo. Mas o que Brian não sabia é que Bono só escrevia após ouvir a melodia que The Edge construía. Não haveria imagem se não houvesse uma melodia. E The Edge precisava explicar isso calmamente para Eno.

    Na verdade, Brian estava tentando ajustar o som do U2 ao seu. Quando disse que mudaria radicalmente o som do grupo, não estava blefando. O grupo trabalhava em três canções, de início: “Wire”, “White City” e “Pride”.
    Aos poucos Brian foi entendendo a maneira de trabalhar da banda e misturando toda a intensidade e paixão do U2 com sua paixão, a música gospel. Brian tentava explicar que se houvesse o clima certo as letras seriam transmitidas da mesma maneira. Em seu modo de pensar, a música era mais importante que a palavra. Algo excitante, mas muito sutil.
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u206_castle.jpgBono recorda um pouco sobre esse período: “Nós últimos anos, cada banda do planeta ligou para Eno e o convidou para ser o produtor, mas o único grupo que ele aceitou foi desses quatros patetas irlandeses, por um motivo qualquer. Na verdade, acho que ele viu algo em nós. E tem sido uma experiência maravilhosa. Ele nos mostrou muito da “soul music”, sua grande paixão. Comecei a perceber que havia uma grande relação conosco, porque vários fãs nos falavam que tínhamos uma grande espiritualidade e eu acabei encontrando isso nesses discos. Não temos raízes na música negra, mas nossa alma é similar. Com Eno redescobrimos o espírito em nossa música e a confiança em nós mesmos.”
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    Mensagem por Evan Sáb Mar 28, 2009 8:10 pm

    3 – Sai Reagan, entra Martin Luther King
    A primeira amostra dessa nova espiritualidade aconteceu em "Pride". Bono explica que só conseguiu completar a canção quando mudou o enfoque. “Originalmente escrevi ‘Pride” em cima de Reagan. Reagan e sua atitude ambivalente sobre a América e como ele queria construir um imenso arsenal nuclear, mas isso não estava funcionando. Então lembrei uma frase de um velho sábio que havia me dito ‘não tente enfrentar a escuridão com a luz, somente faça a luz brilhar mais intensamente. Foi então que percebi que estava dando importância em demasia a Reagan. Comecei a pensar em Martin Luther King e vi que ele era o homem.”
    Para The Edge, “Pride” foi a melhor canção pop que já escreveram. “Para mim 'pop' tem a melhor conotação possível, quando você consegue fazer uma idéia ser perfeitamente entendida. Me lembro quando Bono disse que queria fazer uma música falando das lutas pacifistas e queria incluir Martin Luther King. Eu exclamei que isso não ia funcionar, mas de repente ele veio com a letra e percebi que era maravilhosa. Não havia o que retocar. Foi simples assim.”
    Como curiosidade, vale ressaltar que no encarte há agradecimentos para uma senhora chamada Christine Kerr. Ela era ninguém menos que Chrissie Hynde, líder dos Pretenders e que acabara de casar com Jim Kerr, do Simple Minds.
    Outra composição foi particularmente dolorosa para o cantor: “Bad”. A canção fala da luta de um fogo inesquecível, mas é uma metáfora para o vício nocivo da heroína, que escraviza o viciado. E Bono havia perdido amigos para a droga. “Quando um amigo seu vira um viciado cessa a amizade, porque ele vai querer te roubar, te bater. Isso causou um grande efeito em mim e perdi duas pessoas queridas dessa maneira.”
    “Bad” é até hoje a canção favorita de muitos fãs do grupo.

    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u206_eno.jpgCom o clima mais leve a medida que as canções iam sendo trabalhadas, o grupo e Brian Eno tornaram-se cada vez mais próximos. E Brian ousou em fazer experiências como o grupo como foi o caso de “Elvis Presley and America”.
    “Brian estava segurando um microfone e pediu para que eu fizesse uma experiência. ‘Cante essa letra bem lentamente com a melodia invertida, ou sei lá, de qualquer outra maneira, apenas cante. ‘Eu pensei que ele estava maluco, mas obedeci. E quando acabei havia essas linhas incríveis e melodias juntas. Cheguei para ele e disse que não esperava a hora de vê-la pronta. Brian então me disse: ‘o que você quer dizer com isso? Ela já está pronta!”
    The Edge confirma o jeito peculiar de Brian enquanto gravavam “4th of July”. “Eu e Adam estávamos fazendo uns testes. Brian tinha uns tratamentos e efeitos para o vocal e amplificou minha guitarra neles. Deixou um gravador correndo e soou bem e ele colocou tudo em um fita de um quarto de polegada. A canção acabou sendo produzida assim, de uma maneira e ficou com uma ambientação maravilhosa.”
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u206_theunforgettable.jpgEm setembro de 1984, é lançado o primeiro single: “Pride”. A canção bateu direto na terceira posição na parada britânica, mas passou longe das dez mais na América, o que causou uma ponta de frustração na banda e para a Island. No mesmo mês é lançado o disco The Unforgettable Fire. O disco foi direto para a primeira posição na Inglaterra, mas não decolou nos Estados Unidos. De forma velada, Paul culpou a falta de divulgação da gravadora pela falta de publicidade para o disco na América.
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u206_pridesingle.jpgMas “Pride” estava subindo aos poucos e virando um autêntico hino. Por isso vale a pena reproduzir a letra aqui...
    Pride (In The Name of Love)
    One man come in the name of love
    One man come and go.
    One man come he to justify
    One man to overthrow.
    In the name of love
    What more in the name of love.
    In the name of love
    What more in the name of love.
    One man caught on a barbed wire fence
    One man he resist
    One man washed up on an empty beach
    One man betrayed with a kiss.
    In the name of love
    What more in the name of love.
    In the name of love
    What more in the name of love.
    Early morning, April four
    Shot rings out in the Memphis sky.
    Free at last, they took your life
    They could not take your pride.
    In the name of love
    What more in the name of love.
    In the name of love
    What more in the name of love.
    In the name of love
    What more in the name of love.
    In the name of love
    What more in the name of love
    Enquanto a canção tomava de assalto as 10 mais na Europa, o grupo começou uma nova turnê mundial, desta vez iniciando pela Austrália e Nova Zelândia. Mas o que era para ser uma festa (contrato milionário, novo disco, sucesso nas paradas) virou um pesadelo no palco. As novas canções simplesmente não funcionavam ao vivo. “Wire” e “The Unforgettable Fire” eram impossíveis de serem tocadas e o grupo percebeu que haviam se esquecido de moldarem as novas canções para os formato ao vivo. Em meio ao desespero e a pouca animação dos presentes, descobriram que ao menos uma canção rendia bem ao vivo: “Bad”. Talvez seja uma razoável explicação do motivo de ser tão apreciado pelos fãs e pelos próprios integrantes do U2.
    O grupo estava exasperado com os responsáveis pela parte técnica, especialmente Bono, que rosnava em cima de todos. O problema é que eles utilizavam muitos roadies locais para diminuir os custos e isso não estava funcionado de forma nenhuma. Para tentar diminuir o problema, resolveram viajar de voltar à Irlanda para acertarem os milhões de problemas. E na “bagagem”, ganharam um novo integrante...


    4 – Greg Carroll, a sombra de Bono
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u206_greg.jpgDurante a seqüência de shows na Nova Zelândia, Greg encontrou algumas pessoas do staff da banda com uma jaqueta com o nome do grupo. Perguntou se poderia conseguir uma jaqueta igual e soube que era destinada apenas às pessoas que trabalhavam com o U2.
    Em Auckland, uma banda local abriu para o U2 e Greg trabalhava para esse pequeno grupo. Ele era então um jovem Maori, com um sorriso fácil e que gostava do que fazia. Foi então convidado para trabalhar para o grupo durante a excursão. Greg topou na hora. Sua maneira simples e sua competência cativaram todos, especialmente Bono com quem logo estabeleceu uma amizade. Como Bono andava irritado com as dificuldades, Paul McGuinness teve a idéia de oferecer a Greg um emprego de roadie. Ele teria como missão cuidar apenas do vocalista.
    Quando chegaram à Dublin passaram um tempo tentando arrumar as canções. Nesse meio tempo, o U2 recebeu um convite inesperado. Bob Dylan iria fazer um show em Dublin, no Slane Castle e convidou o grupo para participar. A banda se sentiu honrada, mas disse que não se sentiria confortável. Porém, Bono aceitou o convite. Dylan disse a Bono que fariam um dueto em “Blowin’ in the Wind” e perguntou se ele conhecia a letra. “Sim, é claro”, afirmou Bono. Dylan ficou satisfeito. Mas ao chegar no palco após ser anunciado, o imprevisto aconteceu. Bono percebeu que não conhecia nenhum dos versos do imortal clássico de Dylan e começou a improvisar versos desconexos. E pela primeira vez recebeu vaias em sua terra natal, vindo dos fãs do menestrel norte-americano, revoltados com a suposta falta de respeito com uma canção tão importante. Mas se o público vaiava, Dylan divertiu-se. No começo, ficou meio chocado ao descobrir que Bono não conhecia a letra, mas depois achou divertido. No final do show, relatou que seus filhos eram grandes fãs do U2.
    Dois meses depois após ensaios, abriram a primeira parte da turnê européia em Lyon, França, no dia 18 de outubro. Algumas curiosidades então ocorreram: em Bruxelas, na Bélgica, no show do dia 27 ou 28 de outubro, os amplificadores da banda abafaram um alarme de terremoto que disparou no observatório da cidade. Após o show, The Edge disse que os culpados haviam sido os pedais de Adam!
    O grupo partiu para shows na Holanda, Inglaterra, Escócia e Alemanha. O último show aconteceu em Dortmund, no dia 21 de novembro. Quatro dias depois, Bono e Adam Clayton atenderam um pedido especial do amigo e compatriota Bob Geldof...
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    Mensagem por Evan Sáb Mar 28, 2009 8:11 pm

    5 – Band Aid


    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u206_bandaid.jpgBob Geldof entrou para a história com esse projeto que angariou muito mais dinheiro e fama do que ele próprio sonhara. Ele havia feito uma canção em parceria com Midge Ure, do Ultravox, chamada “Do They Know It’s Christmas?” A idéia era combater a fome na África, e Geldof sonhava em arrecadar 72 mil libras esterlinas com um projeto convidando várias estrelas da música. Só que o projeto virou um monstro! Inicialmente Sting, Paul Young, Boy George, George Michael, Phil Collins, Duran Duran David Bowie e Mick Jagger, entre outros, foram convidados. Bob também convidou o U2, mas apenas Bono e Adam compareceram, pois The Edge ficara doente no último instante. A idéia era gravar um compacto com duas canções, “Do The Know It’s Christmas” e “Feed the World”, que nada mais era a mesma melodia de “Do They Know...” mas com mensagens de Natal dos artistas. O disco seria lançado estrategicamente no Natal daquele ano, 1984.

    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u206_bonobandaid.jpgO evento foi filmado por sete televisões. As várias vozes dividiam pequenas linhas da canção: Paul Young, Sting, Simon Le Bon, George Michael, Boy George e Bono. E o que era para ser uma pequena diversão virou um sucesso imenso: cerca de 600 mil cópias foram vendidas em cinco dias e o compacto vendeu, no total, cerca de 3 milhões de cópias. Como não puderam comparecer aos estúdios, Jagger e Bowie lançaram um compacto com um clássico da Motown e deram todo o dinheiro arrecadado para o projeto: “Dancing in the Street”. Ao final, as 72 mil libras sonhadas viraram oito milhões, o que inspirou Geldof a fazer o maior show da década meses depois. Mas antes do Live Aid, eles tiveram outra agradável notícia e um contratempo...



    6 – U2 é eleito a banda da década e Adam apronta
    O U2 seguiu para a América para uma série de 12 shows entre os dias 12 de dezembro de 1984 até 5 de janeiro de 1985. Neste último, Bono se juntou ao Simple Minds para cantar “New Gold Dream”.
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u206_adam.jpgQuando tudo parecia calmo, um pequeno incidente iria acabar com a paz, envolvendo Adam Clayton No dia 10 de janeiro, o baixista havia nocauteado um policial e o arrastado por vários metros após berrar com ele para cessar o barulho. Adam foi detido e ficou sem sua carteira de habilitação por dois anos. Clayton acabou virando manchete dos jornais. A perda da carteira e uma multa foram as únicas punições.
    Refeitos da confusão, voltaram para a Europa para shows na Dinamarca, Suécia, Alemanha Ocidental, Itália, Suíça e França, encerrando com uma entrevista para Dave Fanning, em Dublin, no dia 18 de fevereiro. Uma semana depois já voavam novamente para a América para mais 42 apresentações, sendo a última no dia 4 de maio, em Fort Lauderdale. Essa parte final da excursão foi muito importante para a banda por dois motivos: em abril a Rolling Stone colocou novamente a banda na capa, mas desta vez, não apenas como a banda do ano e sim como a banda da década de 80. E a alegria foi maior ainda quando conseguiram lotar o imenso Madison Square Garden, em Nova York, no dia 1º de abril, com quase todos os familiares dos integrantes presentes. O repertório desse show inesquecível para o U2 teve as seguintes músicas: "11 O'clock Tick Tock, I Will Follow,
    Seconds, Two Hearts Beat As One, MLK, The Unforgettable Fire, Wire, Sunday Bloody Sunday, The Electric Co., A Sort Of Homecoming, Bad, October, New Year's Day, Pride (In The Name Of Love)", Knocking On Heaven's Door, Gloria e 40"
    Voltam para a Irlanda como heróis nacionais e pela primeira vez em muitos anos, Bono conversa com seu pai sobre seu futuro. Explica que todo o dinheiro e fama não o mudariam. Ele seria o Paul que seu pai tanto amava e que o U2 era mais do que uma banda de rock, era sua vida. A fé do cantor tranqüilizou seu pai, que o abraçou e o abençoou. Finalmente Bono e Bobby estavam em paz a partir de agora.

    Entre março e abril dois lançamentos agitaram mais a vida do grupo: o vídeo The Unforgettable Colection e o novo single, do disco, exatamente a faixa-título: “The Unforgettable Fire”.
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u206_video.jpgO vídeo captura os meses da gravação do disco e que recebeu críticas entusiasmadas. Dirigido pelo velho amigo Barry Devlin,, além de Meiert Avis e Donald Cammell trazia também duas músicas do disco apresentadas ao vivo, “Bad” e “A Sort Of Homecoming”, além de um clip alternativo de “Pride”, bem diferente do clip que ficou famoso e que ficou conhecida como “versão 2”.
    Em abril é lançado o novo single que trouxe algumas canções curiosas no lado B. Uma delas era uma versão de “A Sort of Homecoming” enquanto faziam uma checagem de som do show do dia 15 de novembro de 1984, no Wembley Arena. As outras duas eram “Love Comes Tumbling” e “The Three Sunrises” que seriam usadas, posteriormente no EP Wide Awake in America. A canção também entrou na compilação Now That's What I Call Music 5 and 1985 Comes Alive e ficou em terceiro lugar nas paradas britânicas. Vejam a letra desse clássico...
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u206_theunforgettablesingle.jpgThe Unforgettable Fire
    Ice, your only rivers run cold.
    These city lights, they shine as silver and gold.
    Dug from the night, your eyes as black as coal.
    Walk on by, walk on through.
    Walk till you run and don't look back
    For here I am.
    Carnival, the wheels fly and the colours spin through alcohol.
    Red wine that punctures the skin.
    Face to face in a dry and waterless place.
    Walk on by, walk on through.
    So sad to besiege your love oh hang on.
    Stay this time, stay tonight in a lie.
    I'm only asking, but I, I think you know.
    Come on take me away, come on take me away
    Come on take me home, home again.
    And if the mountains should crumble
    Or disappear into the sea
    Not a tear, no not I.
    Stay this time, stay tonight in a lie.
    Ever after is a long time.
    And if you save your love, save it all, save it all
    Don't push me too far, don't push me too far.
    Tonight, tonight

    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u206_wide.jpgEm junho, outro lançamento e que tanto honra os brasileiros: Wide Awake in America. E o motivo para isso é simples: Apenas nos Estados Unidos, no Japão e no Brasil saíram as edições em vinis, na década de 80. O disco é composto por duas faixas ao vivo, “Bad” e “A Sort of Homecoming”, mais as duas canções utilizadas no single The Unforgettable Fire: “Three Sunrises e “Love Comes Tumbling”. Cada canção teve um produtor diferente e a curiosidade acaba sendo o nome de Tony Visconti, que trabalhou com David Bowie em vários discos do cantor na década de 70.
    E tudo isso serviu como um grande aperitivo para o evento do ano e da década...
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    Mensagem por Evan Sáb Mar 28, 2009 8:12 pm

    7 – Live Aid


    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u206_liveaid.jpgSe o U2 era famoso e conhecido pelas apresentações ao vivo, sua fama ficou sedimentada no Live Aid. Após o sucesso do projeto Band Aid, Geldof resolveu fazer um concerto monstro simultaneamente em duas cidades: Londres e Filadélfia. Os convidados seria a nata do rock mundial. De todos os artistas (David Bowie, Sting, Phil Collins, Queen, Elvis Costello, Eric Clapton, The Who, etc...) a maior expectativa era uma volta especial, a do Led Zeppelin, banda que havia acabado após a morte de John Bonham. O grupo teria Tony Thompson, ex-Chic em seu lugar. Mas quem roubou a cena e fez o nome foi o U2.

    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u206_liveaid02.jpgO show daria alguns minutos para cada artista. O U2 teria aproximadamente 15 minutos e tocariam três canções: “Bad”, “Pride” e “Sunday Bloody Sunday”. A expectativa era enorme, pois o evento seria transmitido, via satélite, para várias partes do globo. Às 17h20, direto da Filadélfia, Jack Nicholson anuncia a próxima atração em Londres: “e agora diretamente de Londres, um grupo que tem seu coração na cidade de Dublin, Irlanda e o espírito por todo mundo; um grupo que não tem problema algum em dizer o que sentem: U2!”
    Bono se aproxima da platéia e anuncia “Sunday Bloody Sunday” e uma histeria toma conta dos 72 mil espectadores. Ao final da canção, Bono faz mais um discurso: “ Nós somos uma banda irlandesa, viemos de Dublin, Irlanda. Como todas as cidades, Dublin possui coisas boas e ruins. Essa canção se chama ‘Bad’”.
    Ao pronunciar essas palavras, Bono simplesmente quebrou todo o protocolo e o andamento que haviam planejado. No meio da canção, Bono começa a andar sem parar pelo palco e desce para o fosso perto da platéia. Um misto de desespero dos organizadores e dos presentes toma conta do lugar.
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u206_liveaid03.jpgDurante alguns segundos, a televisão tenta achar, em vão, o cantor. Bono havia visto uma garota na platéia e resolveu dançar com ela, para desespero dos seguranças. Pula então e a puxa e começam a bailar. No meio de “Bad”, canta “Ruby Tuesday”, “Sympathy for the Devil” (ambas dos Rolling Stones) e “Walk on the Wild Side” (Lou Reed). Por causa de sua peripécia, não conseguiram tocar “Pride”. Mas não importava, pois para 1,5 bilhão de pessoas haviam sido a grande atração do evento. O show depois marcaria profundamente Bono, que ao assistir o vídeo, ficou enojado com sua performance e quis largar a banda.
    “Depois que vi o video entrei em choque. Eu tinha milhões de coisas a dizer sobre a fome e tudo que consegui fazer foi ter uma postura idiota de um roqueiro. Durante alguns dias, dirigi a esmo, sem conversar com ninguém. Ao parar em lugar, encontrei um escultor que sabia muito pouco sobre música e não me conhecia. Ele estava fazendo uma escultura batizada de ‘O Salto' e disse que havia trabalhado nela após ver nossa apresentação no Live Aid. Eu fiquei surpreso e feliz com isso, pois se uma pessoa que nunca havia ouvido nossos discos ou não nos conhecia, havia conseguido enxergar algo assim, talvez eu não tivesse feito algo tão errado.”

    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u206_joan.jpgE não fez mesmo. Para ilustrar o sentimento que Bono despertou em que o assistiu, utilizarei um texto que a cantora norte-americana Joan Baez escreveu logo após assistir o show da banda e após sua apresentação. O texto conta em sua autobiografia And a Voice to Sing With e foi traduzido por Maria Teresa Menegassi da Rosa, uma das maiores fãs do U2 no Brasil e que gentilmente cedeu o texto, devidamente traduzido...


    "Eu vejo um rosto que eu não reconheço na tela da TV. Deve ter vindo da Inglaterra porque o público que se agita está pontilhado de bandeiras inglesas. O vocalista, vestido de preto, tem cabelo longo e castanho, ligeiramente desarrumado. Ele está pingando de suor, e um pouco do cabelo está grudado no seu rosto, como o desenho de um mapa, fazendo com que eu queira puxar seu cabelo de volta para trás. A canção é cósmica, celestial, modulada e contínua. Ele salta no ar e pisa forte, com botas pesadas. Ele não transa com o microfone, do jeito que astros do rock fazem quando eles se dão conta de que a tecnologia torna possível a eles derramar o próprio ego sobre milhares de pessoas. Não, esse jovem leva as coisas à sério, e ele se expressa com tal ternura, suficiente para partir o meu coração. Ele chama pelo público. Eles respondem. Ele canta pequenos trechos de canções dos anos 50 e 60 na sua própria maneira distinta, e eles cantam com ele. Ele conduz um coral. Eles são o coral e estão enlevados. Eu estou imaginando tudo isso? Ë possível. O nome do grupo aparece ao lado do símbolo do Live Aid, sobreposto pela sua dança mística. U2 Ao Vivo no Estádio de Wembley. Esse é o grupo que os meus conselheiros, adolescentes de 15 anos, me recomendaram observar. Esse é o grupo que dizem que é político, até mesmo pacifista. O vocalista abre caminho em direção ao público, pulando sobre uma estreita borda de madeira, menos de um metro abaixo do palco. Ele faz gestos para a multidão, acenando para alguém na sua direção. Ele vence a altura até o fosso da orquestra e continua o seu convite, em linguagem de sinais. Finalmente uma garota é erguida completamente e passada por sobre a cerca que o separa da multidão. Ela é simplesmente passada adiante como uma oferenda. Ela agora está de pé, nos braços dele, que dança com ela. Ela está provavelmente paralisada, em estado de choque, e sua cabeça está docemente inclinada para baixo e, por alguns segundos, ele a está ninando enquanto eles dançam.
    Eu não posso me lembrar de ter visto nada parecido na minha vida. Ë uma atuação, um número, mas não é um número. Ë um momento privado, aceito por 70.000 pessoas. A dança é curta, sensual e angustiantemente terna. Ele então escapa dela e é ajudado a subir para o nível logo abaixo do palco e lá ele encontra outra garota, e dança com ela do mesmo jeito. Tudo isso enquanto a percussão e a hipnótica guitarra continuam implacavelmente, liricamente, com o público agitando os braços para trás e para frente, como parte do ritual. O vocalista então retorna para o palco e, ainda derramando suor, continua a canção. Sua voz não tem nada de especial. Ë instável e, vez por outra, falha. Mas ela é irresistível, assim como ele é irresistível. Existe alguma coisa na seriedade dele que me cativou.
    Astros do rock podem parecer e ser sérios, mas normalmente é com respeito a eles mesmos, ou à versão inflada deles mesmos. Nenhum de nós, que enfrentamos 100.000 pessoas, ouvindo nossa voz (e banda) amplificada, modificada, ecoada e suavizada como veludo cósmico, pode escapar de certas ilusões engrandecidas sobre nós mesmos. Mas esse rapaz irlandês está envolto em algo mais do que mania de grandeza.
    Temos que admitir, seu ego está intacto, e ele é um showman magnífico, mas existe algo mais acontecendo. E eu gostaria de saber o que é. Que eu gostaria de ser envolvida pelos braços dele, como a garota inglesa, não há dúvida. Mas se o meu instinto está certo, existe algo que nos previne de flertar com ele. Algo maior do que ele ou eu, ou nós dois juntos, ou nossa música junta. Algo a ver com política, crianças, frescor e pioneirismo. E amor.
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u206_liveaid04.jpgDe todas as horas do Live Aid que eu assisti ao final do dia, o ponto alto foi testemunhar a mágica do U2. Eles me emocionaram como nada mais me emocionou. Eles me tocaram com sua novidade, sua juventude e sua ternura.
    Eu termino com a cerveja morna de alguém ... e fecho meus olhos. Eu vejo o pequeno mapa de cabelos grudados no rosto juvenil, imaculado, do vocalista irlandês do U2."



    8 – Bono vira voluntário na África
    “Após participar do Live Aid eu fui para a Etiópia com minha esposa para trabalhar. Nós passamos um mês, no meio da fome e eu vi coisas lá que reorganizaram a minha maneira de ver o mundo. Eu não sabia o que fazer sobre aquilo. Você pode atirar algumas moedas, mas em um determinado momento senti que Deus não procura por almas, Deus procura por atos. Você não pode resolver todos os problemas, mas aquele que você pode, você precisa ir até o fim.”

    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u206_ethiopia.jpgA viagem para a África afetou de maneira profunda o cantor. Bono quis ver de que maneira o dinheiro arrecadado com o Live Aid (cerca de US$ 60 milhões) seria utilizado e como viviam as pessoas no continente africano. Os dois moraram em Ajibar, uma cidade no alto de uma montanha e que tinha um vento tão gelado de noite que poderia cortar a pele, nas palavras do próprio Bono. Lá, Bono viu a miséria da maneira mais crua e violenta que jamais presenciara e tirou algumas fotografias que mostravam a dor das pessoas. A idéia era tentar retratar a real tragédia e resgatar o senso de dignidade das pessoas. Bono conclui que ao final da viagem recebeu mais do povo etíope do que deu.


    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u206_ethiopia02.jpgSua missão em Ajibar era ir ao escritório de nutrição do World Center (“uma casa com pedaços de lata, ferros enferrujados e pedaços de madeira”, relata Bono) e ver qual era sua missão no dia. O cantor e Ali ficaram em condições muito modestas, vivendo em abrigos igualmente de lata e madeiras e comendo a comida local, além de tentarem ganharem a confiança e o respeito dos etíopes. Bono conta que viu casos de cortar o coração entre pessoas que dividiam algum medicamento para poderem sobreviver. “O medicamento às vezes nem era suficiente para uma pessoa, mas me lembro de um homem que quis dividir com sua namorada. Disseram a ele que se fizesse isso, os dois morreriam, enquanto se ele usasse poderia viver. Ele simplesmente fechou os olhos e disse que só gostaria de viver se fosse ao lado dela. E assim decretou sua morte com sua amada. Foi a maior prova de amor que já presenciei.”
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u206_ethiopia03.jpgO ano de 1985 ainda foi ainda muito rico para o grupo e Bono, especificamente, com outro projeto: Sun City, organizado por Little Steven, contra o apartheid, na África do Sul. Porém, como a coluna já está extensa demais, esse tema será abordado no próximo capítulo.
    Obrigado por chegarem até aqui. Um abraço e até o próximo texto!

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