U2 - 1988 e 1989
Os últimos anos da década de 80 foram os anos em que a banda acabou sofrendo críticas de todos os lados e virando até motivo de piada. Até Bo Diddley ironizou, dizendo que deveria constar nos créditos de "Desire", já que The Edge havia feito uma cópia descarada do estilo legendário de Bo na guitarra. Quando Rattle and Hum saiu havia quem ficasse surpreso com o grupo, mas há quem virou a cara, pela ousadia de Bono em escrever "God Part II", que seria uma continuação à canção de John Lennon, que ele cantou em seu disco Plastic Ono Band. Além disso, o grupo regravou Beatles, Bob Dylan, usou Hendrix em "Bullet the Blue Sky", gravou com B.B. King e o próprio Dylan e citou John Coltrane, Miles Davis, Billie Holiday, entre outros mitos da música. Mesmo tendo vendido 14 milhões de cópias, o disco e o filme subseqüente fizeram o U2 entrar em um redemoinho e por muito pouco não causa o fim do grupo. Uma fase em que teve de tudo, até a prisão do quieto Adam Clayton por posse de maconha e prêmios Grammy.
Um aviso: após esse capítulo que encerra os anos 80, darei um descanso na biografia do U2. O motivo é o mais simples possível: esses textos deram mais trabalho e consumiram mais tempo do que imaginei e para evitar uma saturação minha (e de alguns leitores) resolvi deixar o tema descansando. Assim, poderei fazer outras colunas que há tempos quero produzir e que estão na berlinda – muitos deles, foram pedidos por vários leitores há anos atrás. Mas não fiquem desesperados, o U2 voltará, após merecidas férias... Mas antes de gozarem um descanso, vamos ao nono capítulo....
1 – O reconhecimento da indústria
http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u209_grammy.jpgO ano de 1988 começou com grande movimentação para o grupo. Em fevereiro, se reuniram com Paul McGuinness e o diretor Phil Joanou para começarem a montagem do novo filme, que ainda não possuía um título. No mês seguinte, a indústria americana abre os braços para os irlandeses, dando dois prêmios Grammy, sendo um o de melhor disco do ano. Em um dos discursos, Bono agradeceu o apoio das college radios. As college foram um fenômeno que assolou a América nos anos 80 e tinham como missão apoiar bandas desconhecidas ou foram do mainstream, e, muitas delas tinham suas sedes nas universidades. As bandas norte-americanas preferidas nos anos 80 eram R.E.M., Husker Dü e Replacements.
http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u209_one.jpgEm março ainda sai um novo single do The Joshua Tree, editado especialmente na Nova Zelândia, país de Greg Carroll, One Tree Hill. A foto era a mesma utilizada no single In God’s Country.
Mas a grande preocupação era realmente o filme. Joanou tinha uma difícil missão que era editar 250 horas de filmagem com o grupo. Ele tinha uma ordem expressa de não glamourizar o grupo. A idéia era mostrar os integrantes sendo o mais simples possível. Por isso mesmo, uma das imagens que Joanou tinha em mente foi abortada, para sua tristeza - justamente a cena em que mostra Bono dando entrada no hospital, após sofrer uma queda no palco. O cantor berrava para que parasse a filmagem, e a única imagem aproveitada foi quando a banda se dirigiu a uma igreja do Harlem para fazer um ensaio de “I Still Haven’t Found What I’m Looking For” com Bono tendo o braço imobilizado, já que havia deslocado o ombro.
Joanou resolveu aproveitar os vários momentos da excursão do grupo dentro da América, mostrando o grupo gravando “Angel of Harlem”, no Sun Studio, uma apresentação ao lado de B.B.King e a visita do grupo em Graceland, a mítica mansão de Elvis Presley. Elvis era o grande ídolo de Larry, que protagoniza dois momentos tocantes: sentando em uma motocicleta Harley Davidson e uma rápida entrevista, onde confessa sua paixão pelo cantor desde quando era menino.
O ano de 1988 foi o primeiro em que o grupo não realizou shows, com exceção de uma apresentação solitária em Londres, em Novembro, em prol da Jamaica, quando o furacão Gilbert, devastou o país. As primeiras notícias sobre os novos rumos era que um novo disco sairia e que ele seria ao vivo. O grupo tratou de explicar que um novo álbum seria lançado contendo algumas faixas ao vivo e outras inéditas, em estúdio. Mas não deu pistas de quais canções seriam.
http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u209_bono.jpg“Escrever novas canções é um ato de sobrevivência para nós. Nós pensamos da seguinte maneira: se não conseguimos tocar as antigas músicas, então escreveremos novas e as tocaremos. Se os fãs gostarão ou não, é outro assunto, mas o fato é que nós precisamos disso. Não há como ficar preso no passado. A evolução é uma conseqüência natural”, segundo Bono.
O que o grupo temia – e que já acontecia – era aumentar as críticas sobre a “americanização” do grupo. Desde que tinham virado a grande banda da década e ganhado prêmios Grammy, tudo parecia muito fácil para o U2. O dinheiro entrava fácil, os projetos eram variados e a fome de novas experiências maiores ainda.
2 – "Nós precisamos de rivais"
O grande medo da banda era simplesmente a falta de competidores, principalmente dentro da Irlanda. Para Adam, a pressão em cima do U2 era simples de ser explicada: não havia alguém com quem pudessem dividir os holofotes.
http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u209_adam.jpg“A pressão em cima de nós está sendo cruel até certo ponto, porque não temos nenhum outro artista irlandês que faça sucesso como nós. Se isso é bom em alguns aspectos, causa um estresse porque temos nossos passos vigiados. Eu sinto falta de Phil (Lynott, líder do Thin Lizzy, que morreu no começo de 1986) porque ele era uma pessoa que tinha os mesmos problemas que enfrentamos hoje e seria alguém com quem poderíamos conversar. Sei que parece ridículo reclamar, pois parecemos mimados, mas a verdade é que toda a mídia da Irlanda fez do U2 seu maior combustível. Existe uma diferença entre a Europa e a América. Lá você é um astro, as pessoas têm menor contato e uma imagem diferente. Eu não abro mão de viver em Dublin, porque amo essa cidade e porque ela nos proporciona um conforto e uma tranqüilidade que não teríamos em outra parte do planeta, mas reconheço que os problemas estão crescendo.”
A falta de Lynott era sentida também por Bono. “A coisa que mais me lembro dele é quando aluguei uma casa na mesma rua em que ele morava. Era algo estranho, pois você nunca o encontrava em sua residência, apenas na rua. Nós nos cumprimentávamos e ele me chamava para ir até sua casa para um almoço e eu retribuía o convite para que também me visitasse. Só que os convites acabavam ali mesmo. Phil era um cara bacana, uma pessoa com quem conversei algumas vezes e que sentia a pressão da mídia. Infelizmente ele foi embora cedo demais.”
Os últimos anos da década de 80 foram os anos em que a banda acabou sofrendo críticas de todos os lados e virando até motivo de piada. Até Bo Diddley ironizou, dizendo que deveria constar nos créditos de "Desire", já que The Edge havia feito uma cópia descarada do estilo legendário de Bo na guitarra. Quando Rattle and Hum saiu havia quem ficasse surpreso com o grupo, mas há quem virou a cara, pela ousadia de Bono em escrever "God Part II", que seria uma continuação à canção de John Lennon, que ele cantou em seu disco Plastic Ono Band. Além disso, o grupo regravou Beatles, Bob Dylan, usou Hendrix em "Bullet the Blue Sky", gravou com B.B. King e o próprio Dylan e citou John Coltrane, Miles Davis, Billie Holiday, entre outros mitos da música. Mesmo tendo vendido 14 milhões de cópias, o disco e o filme subseqüente fizeram o U2 entrar em um redemoinho e por muito pouco não causa o fim do grupo. Uma fase em que teve de tudo, até a prisão do quieto Adam Clayton por posse de maconha e prêmios Grammy.
Um aviso: após esse capítulo que encerra os anos 80, darei um descanso na biografia do U2. O motivo é o mais simples possível: esses textos deram mais trabalho e consumiram mais tempo do que imaginei e para evitar uma saturação minha (e de alguns leitores) resolvi deixar o tema descansando. Assim, poderei fazer outras colunas que há tempos quero produzir e que estão na berlinda – muitos deles, foram pedidos por vários leitores há anos atrás. Mas não fiquem desesperados, o U2 voltará, após merecidas férias... Mas antes de gozarem um descanso, vamos ao nono capítulo....
1 – O reconhecimento da indústria
http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u209_grammy.jpgO ano de 1988 começou com grande movimentação para o grupo. Em fevereiro, se reuniram com Paul McGuinness e o diretor Phil Joanou para começarem a montagem do novo filme, que ainda não possuía um título. No mês seguinte, a indústria americana abre os braços para os irlandeses, dando dois prêmios Grammy, sendo um o de melhor disco do ano. Em um dos discursos, Bono agradeceu o apoio das college radios. As college foram um fenômeno que assolou a América nos anos 80 e tinham como missão apoiar bandas desconhecidas ou foram do mainstream, e, muitas delas tinham suas sedes nas universidades. As bandas norte-americanas preferidas nos anos 80 eram R.E.M., Husker Dü e Replacements.
http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u209_one.jpgEm março ainda sai um novo single do The Joshua Tree, editado especialmente na Nova Zelândia, país de Greg Carroll, One Tree Hill. A foto era a mesma utilizada no single In God’s Country.
Mas a grande preocupação era realmente o filme. Joanou tinha uma difícil missão que era editar 250 horas de filmagem com o grupo. Ele tinha uma ordem expressa de não glamourizar o grupo. A idéia era mostrar os integrantes sendo o mais simples possível. Por isso mesmo, uma das imagens que Joanou tinha em mente foi abortada, para sua tristeza - justamente a cena em que mostra Bono dando entrada no hospital, após sofrer uma queda no palco. O cantor berrava para que parasse a filmagem, e a única imagem aproveitada foi quando a banda se dirigiu a uma igreja do Harlem para fazer um ensaio de “I Still Haven’t Found What I’m Looking For” com Bono tendo o braço imobilizado, já que havia deslocado o ombro.
Joanou resolveu aproveitar os vários momentos da excursão do grupo dentro da América, mostrando o grupo gravando “Angel of Harlem”, no Sun Studio, uma apresentação ao lado de B.B.King e a visita do grupo em Graceland, a mítica mansão de Elvis Presley. Elvis era o grande ídolo de Larry, que protagoniza dois momentos tocantes: sentando em uma motocicleta Harley Davidson e uma rápida entrevista, onde confessa sua paixão pelo cantor desde quando era menino.
O ano de 1988 foi o primeiro em que o grupo não realizou shows, com exceção de uma apresentação solitária em Londres, em Novembro, em prol da Jamaica, quando o furacão Gilbert, devastou o país. As primeiras notícias sobre os novos rumos era que um novo disco sairia e que ele seria ao vivo. O grupo tratou de explicar que um novo álbum seria lançado contendo algumas faixas ao vivo e outras inéditas, em estúdio. Mas não deu pistas de quais canções seriam.
http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u209_bono.jpg“Escrever novas canções é um ato de sobrevivência para nós. Nós pensamos da seguinte maneira: se não conseguimos tocar as antigas músicas, então escreveremos novas e as tocaremos. Se os fãs gostarão ou não, é outro assunto, mas o fato é que nós precisamos disso. Não há como ficar preso no passado. A evolução é uma conseqüência natural”, segundo Bono.
O que o grupo temia – e que já acontecia – era aumentar as críticas sobre a “americanização” do grupo. Desde que tinham virado a grande banda da década e ganhado prêmios Grammy, tudo parecia muito fácil para o U2. O dinheiro entrava fácil, os projetos eram variados e a fome de novas experiências maiores ainda.
2 – "Nós precisamos de rivais"
O grande medo da banda era simplesmente a falta de competidores, principalmente dentro da Irlanda. Para Adam, a pressão em cima do U2 era simples de ser explicada: não havia alguém com quem pudessem dividir os holofotes.
http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u209_adam.jpg“A pressão em cima de nós está sendo cruel até certo ponto, porque não temos nenhum outro artista irlandês que faça sucesso como nós. Se isso é bom em alguns aspectos, causa um estresse porque temos nossos passos vigiados. Eu sinto falta de Phil (Lynott, líder do Thin Lizzy, que morreu no começo de 1986) porque ele era uma pessoa que tinha os mesmos problemas que enfrentamos hoje e seria alguém com quem poderíamos conversar. Sei que parece ridículo reclamar, pois parecemos mimados, mas a verdade é que toda a mídia da Irlanda fez do U2 seu maior combustível. Existe uma diferença entre a Europa e a América. Lá você é um astro, as pessoas têm menor contato e uma imagem diferente. Eu não abro mão de viver em Dublin, porque amo essa cidade e porque ela nos proporciona um conforto e uma tranqüilidade que não teríamos em outra parte do planeta, mas reconheço que os problemas estão crescendo.”
A falta de Lynott era sentida também por Bono. “A coisa que mais me lembro dele é quando aluguei uma casa na mesma rua em que ele morava. Era algo estranho, pois você nunca o encontrava em sua residência, apenas na rua. Nós nos cumprimentávamos e ele me chamava para ir até sua casa para um almoço e eu retribuía o convite para que também me visitasse. Só que os convites acabavam ali mesmo. Phil era um cara bacana, uma pessoa com quem conversei algumas vezes e que sentia a pressão da mídia. Infelizmente ele foi embora cedo demais.”
Seg maio 11, 2015 5:11 pm por deh77
» Chat dos Rockeiros.
Ter Jan 13, 2015 11:05 am por JANAINA
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Seg Dez 29, 2014 6:35 pm por alex22ks*
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Qua Nov 05, 2014 11:59 pm por mdsguitar
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Dom Mar 30, 2014 3:15 am por Mr. Nose
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Qui Nov 28, 2013 8:46 am por sarahgenevive
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Sáb Nov 16, 2013 4:48 am por Lya
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Qua Nov 06, 2013 7:28 am por AnarChaos
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Sáb Abr 13, 2013 9:13 pm por Andressarhcp