U2 - 1985 a 1987
O U2 atravessou um período de intensas agitações entre o final de 1985 até 1987. Primeiro houve o projeto contra o regime do apartheid liderado por Little Steven, que rendeu um disco chamado Sun City. Depois a banda sofreu severas críticas da imprensa de seu país por participarem do criticado show Self-Aid, em Dublin, em 1986, quando também foram integrantes da turnê "Conspiracy of Hope", para a Anistia Internacional, e Bono participou em uma canção do grupo irlandês Clannad, que virou um grande hit mundial. The Edge botou as manguinhas de fora e lançou seu primeiro disco-solo tendo a participação de uma novata chamada Sinéad O’ Connor em uma das faixas. É ainda o período em que ocorre o lançamento e o estouro mundial com The Joshua Tree, disco que vendeu mais de 17 milhões de cópias e definitivamente sedimentou a banda entre as mais importantes da história. E além dos problemas ocorridos no show de Dublin, um boato de que Larry precisaria operar as mãos causou uma comoção entre os fãs. Bono também experimentaria outro imenso sentimento de perda e ficaria completamente arrasado com a morte de Greg Carroll, ao fazer um favor ao cantor. Bono acabou compondo e dedicando "One Tree Hill" à Greg. E se The Joshua Tree trouxe mais dinheiro e deu o primeiro lugar nas paradas de vendagens e compactos, a fama e responsabilidade colocadas nos ombros dos integrantes, fizeram com que os três próximos anos fossem os mais pesados e chatos de toda a carreira do U2, nas palavras de Adam Clayton e Larry Mullen. Como já perceberam, assunto é o que não falta...
1 – Artistas Unidos contra o Apartheid
http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_bonosteve.jpgAinda em 1985, após a viagem para a Etiópia, Bono resolveu aceitar um convite: participar de um disco-protesto contra o regime do apartheid da África do Sul. O convite veio através de Little Steven, guitarrista da E Street Band, de Bruce Springsteen. Lá, existia um clube chamado Sun City, onde tocavam artistas diversos e onde apenas os brancos eram permitidos.
Steven reuniu um batalhão de notáveis para o projeto: gente do calibre de Miles Davis, Ron Carter, Herbie Hancock, Bob Dylan, Lou Reed, Bobby Womack, Ringo Starr, Peter Gabriel, George Clinton, Run DMC, Jimmy Cliff, Pete Townshend, e muitos outros nomes. Ele havia tido a idéia após uma visita ao país em 1984, e quis criar um movimento como o Live Aid e como o We Are the World, feito apenas por artistas norte-americanos. Chamou esse super-grupo de Artists United Against Apartheid e começou a trabalhar em um disco, que seria produzido por ele mesmo e Arthur Baker em Nova York. Alguns artistas, como Ringo e Pete Townshend, gravaram suas partes em Londres e enviaram para a América. Cada artista cantaria cinco versos antes do refrão e seriam então mixadas.
Nesta época Bono estava na América, mas precisamente em Nova York. Junto com Peter Wolf, do J. Geils Band (alguém ainda se lembra que o U2 abriu para eles bem no início?) foram visitar o amigo Steve Lillywhite que estava com um trabalho grandioso nas mãos: produzir um novo disco dos Rolling Stones, que resultaria em Dirty Work. Bono e Peter chegaram em um intervalo onde Keith Richards estava tocando alguns blues em um piano. Bono ficou fascinado com aquelas canções. Keith olhou então para o jovem cantor e pediu que ele se sentasse ao instrumento e tocasse alguma de suas composições. Bono gelou. Além de não saber tocar piano, se sentia nu sem The Edge ao seu lado e mais impotente por desconhecer o blues. Keith deu uma longa risada e disse que precisaria ensinar ao irlandês algumas músicas. “Quando minha geração apareceu, evitávamos de ouvir blues ou qualquer tipo de música muito velha por considerarmos ultrapassadas. E percebi a tolice disso quando encontrei Keith. Eu simplesmente não tinha como oferecer algo a ele.”
Bono então pediu a Keith que o ajudasse, e junto com o outro guitarrista dos Stones, Ron Wood, se trancaram em um estúdio. Em míseras 48 horas nascia o primeiro blues escrito por Bono: “Silver and Gold”.
Bono explica um pouco como escreveu a letra: “é a primeira composição que eu escrevi sob o ponto de vista de uma outra pessoa. Também é a primeira canção que escrevi que foi influenciada pelo blues. Eu toquei guitarra com meus pés microfonados do jeito que os antigos bluesmen, como Robert Johnson, faziam. E eu ficava batucando no corpo da guitarra para manter o ritmo. A idéia surgiu com uma citação sobre um boxeador, com a imagem de um lutador no seu canto sendo repreendido pelo seu treinador. É um esporte que eu vinha acompanhando com certo interesse no passado. Considero vários aspectos do boxe muito sórdido, mas aquela imagem era realmente muito boa.”
http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_suncity.jpgDepois de pronta e mixada, Bono pediu que Steven a utilizasse no disco Sun City. Steve agradeceu, mas avisou que o disco já estava finalizado e que as primeiras cópias já estavam sendo prensadas e que não teria como. Porém, Bono não desistiu e ela entrou, ainda que não constasse o nome da faixa, na contra-capa dos primeiros vinis por não ser possível mudar toda a arte do trabalho, o que posteriormente foi corrigido.
O disco foi um grande sucesso nas paradas de sucesso da Inglaterra, América, e banida da África do Sul, como era esperado. Foi criada também uma lei que os artistas ingleses e norte-americanos seriam proibidos de tocarem naquele país, sendo que quem desobedecesse, seria severamente multado pelo sindicato dos músicos. Era a forma encontrada para apoiar as sanções econômicas contra o regime racial. Veja a letra de "Sun City", escrita por Steven Van Zandt, mais conhecido como Little Steven.
We're rockers and rappers united and strong
We're here to talk about South Africa we don't like what's going on
It's time for some justice it's time for the truth
We've realized there's only one thing we can do
I ain't gonna play Sun City
Relocation to phony homelands
Separation of families I can't understand
23 million can't vote because they're black
We're stabbing our brothers and sisters in the back
I ain't gonna play Sun City
Our government tells us we're doing all we can
Constructive Engagement is Ronald Reagan's plan
Meanwhile people are dying and giving up hope
This quiet diplomacy ain't nothing but a joke
I ain't gonna play Sun City
Boputhuswana is far away
But we know it's in South Africa no matter what they say
You can't buy me I don't care what you pay
Don't ask me Sun City because I ain't gonna play
I ain't gonna play Sun City
It's time to accept our responsibility
Freedom is a privilege nobody rides for free
Look around the world baby it can't be denied
Why are we always on the wrong side
I ain't gonna play Sun City
Relocation to phony homelands
Separation of families I can't understand
23 million can't vote because they're black
We're stabbing our brothers and sisters in the back
2 – Propaganda e a Mãe dos novos irlandeses
http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_propaganda.jpgAlguns acontecimentos agitaram o início de 1986 para o U2. A primeira foi o lançamento da revista Propaganda que seria editada para suprir a sede de informações sobre a banda. Originalmente seria uma revista trimestral contando todos os detalhes sobre o grupo e seria vendida via correio. No entanto, antes já existia uma revista trimestral, chamada U2 Magazine, e que tinha sido lançada em novembro de 1981. Na primeira edição, trazia uma entrevista com Larry, Bono contando as gravações de “Silver and Gold” e com o Clannad, além de um selo que o grupo lançava, o Mother Records.
Vamos comentar alguns desses fatos. O primeiro e mais interessante é o lançamento da Mother Records. A idéia partiu da banda para ajudar a promover novos grupos locais que não conseguiam espaço em grandes gravadoras. A Mother funcionaria com uma ponte entre as majors do continente, dando a oportunidade de gravarem um ou dois compactos no início. A idéia nasceu em 1984 e o primeiro grupo a gravar por ela foi o In Tua Nua, do violinista Steve Winckham, que havia tocado em “Sunday Bloody Sunday”. “Coming Thru/ Laughing at The Moon”. Este foi o primeiro lançamento da nova casa. O selo durou até 1990 e o grupo que mais sucesso obteve foram os Hothouse Flowers, que depois assinariam com a London, e que é uma banda que vale muito a pena ser ouvida.
O segundo fato interessante é a parceria de Bono com o Clannad. Uma das bandas mais populares da Irlanda, na ativa desde o início da década de 70, fazia uma ponte entre o folk celta e elementos de rock, com pitadas de rock progressivo. O destaque ficava com a cantora Máire Brennan.
A primeira vez em que o U2 encontrou com o Clannad foi totalmente acidental, nos estúdios Windmill. O Clannad havia gravado “Harry’s Game” para o filme de mesmo nome, em 1982 e outra para a série televisa Robin of Sherwood, de 1984. A canção deu uma reputação grande ao grupo e vez por outra, quando o U2 viajava pela América perguntavam a eles algo sobre o Clannad. Bono e companhia respondiam, constrangidos, que não sabiam nada sobre eles, apesar de Bono confessar que quase bateu seu carro na primeira vez que ouviu a canção, tamanho impacto causou no vocalista. Portanto, quando as duas bandas se encontraram no estúdio começaram a conversar. O Clannad igualmente desconhecia o U2 e aos poucos iniciaram uma ligação. Máire sugeriu então que as duas bandas entrassem em estúdio para gravarem juntos, mas chegaram à conclusão de que talvez não desse certo. Bono então sugeriu que ele tentasse alguma canção com o Clannad. Entraram no estúdio com o produtor Steve Nye, e Bono pediu um microfone e começou a cantar mesmo sem ter ouvido toda a melodia. O resultado depois de pronto foi estonteante.
http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_clannad.jpg“In A Lifetime” colocou novamente o Clannad (e Bono) na parada e um belo e caro vídeo foi produzido em Gweedore, para divulgar a canção. O cantor lembra que os meses entre as gravações com Keith Richards e com o Clannad foram mágicos, embora perigosos. “Algumas vezes temi que pensassem que eu quisesse seguir uma carreira-solo após me envolver com o disco Sun City, trabalhar com Keith e com o Clannad. Mas isso jamais passou pela minha cabeça porque minha banda favorita continuava sendo o U2. Era apenas um leque de oportunidades que se abriu e que resolvi aproveitar.”
Ainda em fevereiro, a banda foi eleita pela Rolling Stone como grupo do ano (novamente) e melhor grupo, ao vivo.
O grupo havia então se transformado do ponto de vista sonoro, abrindo seu leque de opções durante os shows. A banda agora cantava “Cold Turkey”, de John Lennon, “C’mon Everybody”, de Eddie Cochran, “Candle in the Wind”, de Elton John e “Walk On the Wild Side”, de Lou Reed. E o apogeu desse repertório foi o show que rendeu a primeira grande paulada para a banda em sua Irlanda natal…
O U2 atravessou um período de intensas agitações entre o final de 1985 até 1987. Primeiro houve o projeto contra o regime do apartheid liderado por Little Steven, que rendeu um disco chamado Sun City. Depois a banda sofreu severas críticas da imprensa de seu país por participarem do criticado show Self-Aid, em Dublin, em 1986, quando também foram integrantes da turnê "Conspiracy of Hope", para a Anistia Internacional, e Bono participou em uma canção do grupo irlandês Clannad, que virou um grande hit mundial. The Edge botou as manguinhas de fora e lançou seu primeiro disco-solo tendo a participação de uma novata chamada Sinéad O’ Connor em uma das faixas. É ainda o período em que ocorre o lançamento e o estouro mundial com The Joshua Tree, disco que vendeu mais de 17 milhões de cópias e definitivamente sedimentou a banda entre as mais importantes da história. E além dos problemas ocorridos no show de Dublin, um boato de que Larry precisaria operar as mãos causou uma comoção entre os fãs. Bono também experimentaria outro imenso sentimento de perda e ficaria completamente arrasado com a morte de Greg Carroll, ao fazer um favor ao cantor. Bono acabou compondo e dedicando "One Tree Hill" à Greg. E se The Joshua Tree trouxe mais dinheiro e deu o primeiro lugar nas paradas de vendagens e compactos, a fama e responsabilidade colocadas nos ombros dos integrantes, fizeram com que os três próximos anos fossem os mais pesados e chatos de toda a carreira do U2, nas palavras de Adam Clayton e Larry Mullen. Como já perceberam, assunto é o que não falta...
1 – Artistas Unidos contra o Apartheid
http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_bonosteve.jpgAinda em 1985, após a viagem para a Etiópia, Bono resolveu aceitar um convite: participar de um disco-protesto contra o regime do apartheid da África do Sul. O convite veio através de Little Steven, guitarrista da E Street Band, de Bruce Springsteen. Lá, existia um clube chamado Sun City, onde tocavam artistas diversos e onde apenas os brancos eram permitidos.
Steven reuniu um batalhão de notáveis para o projeto: gente do calibre de Miles Davis, Ron Carter, Herbie Hancock, Bob Dylan, Lou Reed, Bobby Womack, Ringo Starr, Peter Gabriel, George Clinton, Run DMC, Jimmy Cliff, Pete Townshend, e muitos outros nomes. Ele havia tido a idéia após uma visita ao país em 1984, e quis criar um movimento como o Live Aid e como o We Are the World, feito apenas por artistas norte-americanos. Chamou esse super-grupo de Artists United Against Apartheid e começou a trabalhar em um disco, que seria produzido por ele mesmo e Arthur Baker em Nova York. Alguns artistas, como Ringo e Pete Townshend, gravaram suas partes em Londres e enviaram para a América. Cada artista cantaria cinco versos antes do refrão e seriam então mixadas.
Nesta época Bono estava na América, mas precisamente em Nova York. Junto com Peter Wolf, do J. Geils Band (alguém ainda se lembra que o U2 abriu para eles bem no início?) foram visitar o amigo Steve Lillywhite que estava com um trabalho grandioso nas mãos: produzir um novo disco dos Rolling Stones, que resultaria em Dirty Work. Bono e Peter chegaram em um intervalo onde Keith Richards estava tocando alguns blues em um piano. Bono ficou fascinado com aquelas canções. Keith olhou então para o jovem cantor e pediu que ele se sentasse ao instrumento e tocasse alguma de suas composições. Bono gelou. Além de não saber tocar piano, se sentia nu sem The Edge ao seu lado e mais impotente por desconhecer o blues. Keith deu uma longa risada e disse que precisaria ensinar ao irlandês algumas músicas. “Quando minha geração apareceu, evitávamos de ouvir blues ou qualquer tipo de música muito velha por considerarmos ultrapassadas. E percebi a tolice disso quando encontrei Keith. Eu simplesmente não tinha como oferecer algo a ele.”
Bono então pediu a Keith que o ajudasse, e junto com o outro guitarrista dos Stones, Ron Wood, se trancaram em um estúdio. Em míseras 48 horas nascia o primeiro blues escrito por Bono: “Silver and Gold”.
Bono explica um pouco como escreveu a letra: “é a primeira composição que eu escrevi sob o ponto de vista de uma outra pessoa. Também é a primeira canção que escrevi que foi influenciada pelo blues. Eu toquei guitarra com meus pés microfonados do jeito que os antigos bluesmen, como Robert Johnson, faziam. E eu ficava batucando no corpo da guitarra para manter o ritmo. A idéia surgiu com uma citação sobre um boxeador, com a imagem de um lutador no seu canto sendo repreendido pelo seu treinador. É um esporte que eu vinha acompanhando com certo interesse no passado. Considero vários aspectos do boxe muito sórdido, mas aquela imagem era realmente muito boa.”
http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_suncity.jpgDepois de pronta e mixada, Bono pediu que Steven a utilizasse no disco Sun City. Steve agradeceu, mas avisou que o disco já estava finalizado e que as primeiras cópias já estavam sendo prensadas e que não teria como. Porém, Bono não desistiu e ela entrou, ainda que não constasse o nome da faixa, na contra-capa dos primeiros vinis por não ser possível mudar toda a arte do trabalho, o que posteriormente foi corrigido.
O disco foi um grande sucesso nas paradas de sucesso da Inglaterra, América, e banida da África do Sul, como era esperado. Foi criada também uma lei que os artistas ingleses e norte-americanos seriam proibidos de tocarem naquele país, sendo que quem desobedecesse, seria severamente multado pelo sindicato dos músicos. Era a forma encontrada para apoiar as sanções econômicas contra o regime racial. Veja a letra de "Sun City", escrita por Steven Van Zandt, mais conhecido como Little Steven.
We're rockers and rappers united and strong
We're here to talk about South Africa we don't like what's going on
It's time for some justice it's time for the truth
We've realized there's only one thing we can do
I ain't gonna play Sun City
Relocation to phony homelands
Separation of families I can't understand
23 million can't vote because they're black
We're stabbing our brothers and sisters in the back
I ain't gonna play Sun City
Our government tells us we're doing all we can
Constructive Engagement is Ronald Reagan's plan
Meanwhile people are dying and giving up hope
This quiet diplomacy ain't nothing but a joke
I ain't gonna play Sun City
Boputhuswana is far away
But we know it's in South Africa no matter what they say
You can't buy me I don't care what you pay
Don't ask me Sun City because I ain't gonna play
I ain't gonna play Sun City
It's time to accept our responsibility
Freedom is a privilege nobody rides for free
Look around the world baby it can't be denied
Why are we always on the wrong side
I ain't gonna play Sun City
Relocation to phony homelands
Separation of families I can't understand
23 million can't vote because they're black
We're stabbing our brothers and sisters in the back
2 – Propaganda e a Mãe dos novos irlandeses
http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_propaganda.jpgAlguns acontecimentos agitaram o início de 1986 para o U2. A primeira foi o lançamento da revista Propaganda que seria editada para suprir a sede de informações sobre a banda. Originalmente seria uma revista trimestral contando todos os detalhes sobre o grupo e seria vendida via correio. No entanto, antes já existia uma revista trimestral, chamada U2 Magazine, e que tinha sido lançada em novembro de 1981. Na primeira edição, trazia uma entrevista com Larry, Bono contando as gravações de “Silver and Gold” e com o Clannad, além de um selo que o grupo lançava, o Mother Records.
Vamos comentar alguns desses fatos. O primeiro e mais interessante é o lançamento da Mother Records. A idéia partiu da banda para ajudar a promover novos grupos locais que não conseguiam espaço em grandes gravadoras. A Mother funcionaria com uma ponte entre as majors do continente, dando a oportunidade de gravarem um ou dois compactos no início. A idéia nasceu em 1984 e o primeiro grupo a gravar por ela foi o In Tua Nua, do violinista Steve Winckham, que havia tocado em “Sunday Bloody Sunday”. “Coming Thru/ Laughing at The Moon”. Este foi o primeiro lançamento da nova casa. O selo durou até 1990 e o grupo que mais sucesso obteve foram os Hothouse Flowers, que depois assinariam com a London, e que é uma banda que vale muito a pena ser ouvida.
O segundo fato interessante é a parceria de Bono com o Clannad. Uma das bandas mais populares da Irlanda, na ativa desde o início da década de 70, fazia uma ponte entre o folk celta e elementos de rock, com pitadas de rock progressivo. O destaque ficava com a cantora Máire Brennan.
A primeira vez em que o U2 encontrou com o Clannad foi totalmente acidental, nos estúdios Windmill. O Clannad havia gravado “Harry’s Game” para o filme de mesmo nome, em 1982 e outra para a série televisa Robin of Sherwood, de 1984. A canção deu uma reputação grande ao grupo e vez por outra, quando o U2 viajava pela América perguntavam a eles algo sobre o Clannad. Bono e companhia respondiam, constrangidos, que não sabiam nada sobre eles, apesar de Bono confessar que quase bateu seu carro na primeira vez que ouviu a canção, tamanho impacto causou no vocalista. Portanto, quando as duas bandas se encontraram no estúdio começaram a conversar. O Clannad igualmente desconhecia o U2 e aos poucos iniciaram uma ligação. Máire sugeriu então que as duas bandas entrassem em estúdio para gravarem juntos, mas chegaram à conclusão de que talvez não desse certo. Bono então sugeriu que ele tentasse alguma canção com o Clannad. Entraram no estúdio com o produtor Steve Nye, e Bono pediu um microfone e começou a cantar mesmo sem ter ouvido toda a melodia. O resultado depois de pronto foi estonteante.
http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_clannad.jpg“In A Lifetime” colocou novamente o Clannad (e Bono) na parada e um belo e caro vídeo foi produzido em Gweedore, para divulgar a canção. O cantor lembra que os meses entre as gravações com Keith Richards e com o Clannad foram mágicos, embora perigosos. “Algumas vezes temi que pensassem que eu quisesse seguir uma carreira-solo após me envolver com o disco Sun City, trabalhar com Keith e com o Clannad. Mas isso jamais passou pela minha cabeça porque minha banda favorita continuava sendo o U2. Era apenas um leque de oportunidades que se abriu e que resolvi aproveitar.”
Ainda em fevereiro, a banda foi eleita pela Rolling Stone como grupo do ano (novamente) e melhor grupo, ao vivo.
O grupo havia então se transformado do ponto de vista sonoro, abrindo seu leque de opções durante os shows. A banda agora cantava “Cold Turkey”, de John Lennon, “C’mon Everybody”, de Eddie Cochran, “Candle in the Wind”, de Elton John e “Walk On the Wild Side”, de Lou Reed. E o apogeu desse repertório foi o show que rendeu a primeira grande paulada para a banda em sua Irlanda natal…
Seg maio 11, 2015 5:11 pm por deh77
» Chat dos Rockeiros.
Ter Jan 13, 2015 11:05 am por JANAINA
» AC/DC X Guns n roses
Seg Dez 29, 2014 6:35 pm por alex22ks*
» Chat dos Guitarristas.
Qua Nov 05, 2014 11:59 pm por mdsguitar
» Qual é o porque do seu nick aqui no fórum?
Dom Mar 30, 2014 3:15 am por Mr. Nose
» Como você encontrou o fórum?
Qui Nov 28, 2013 8:46 am por sarahgenevive
» OLA!!!!!!!
Sáb Nov 16, 2013 4:48 am por Lya
» Procura-se um namorado rockeiro//headbanger
Qua Nov 06, 2013 7:28 am por AnarChaos
» About A Girl
Sáb Abr 13, 2013 9:13 pm por Andressarhcp