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    Mensagem por Evan Sáb Mar 28, 2009 8:13 pm

    U2 - 1985 a 1987

    O U2 atravessou um período de intensas agitações entre o final de 1985 até 1987. Primeiro houve o projeto contra o regime do apartheid liderado por Little Steven, que rendeu um disco chamado Sun City. Depois a banda sofreu severas críticas da imprensa de seu país por participarem do criticado show Self-Aid, em Dublin, em 1986, quando também foram integrantes da turnê "Conspiracy of Hope", para a Anistia Internacional, e Bono participou em uma canção do grupo irlandês Clannad, que virou um grande hit mundial. The Edge botou as manguinhas de fora e lançou seu primeiro disco-solo tendo a participação de uma novata chamada Sinéad O’ Connor em uma das faixas. É ainda o período em que ocorre o lançamento e o estouro mundial com The Joshua Tree, disco que vendeu mais de 17 milhões de cópias e definitivamente sedimentou a banda entre as mais importantes da história. E além dos problemas ocorridos no show de Dublin, um boato de que Larry precisaria operar as mãos causou uma comoção entre os fãs. Bono também experimentaria outro imenso sentimento de perda e ficaria completamente arrasado com a morte de Greg Carroll, ao fazer um favor ao cantor. Bono acabou compondo e dedicando "One Tree Hill" à Greg. E se The Joshua Tree trouxe mais dinheiro e deu o primeiro lugar nas paradas de vendagens e compactos, a fama e responsabilidade colocadas nos ombros dos integrantes, fizeram com que os três próximos anos fossem os mais pesados e chatos de toda a carreira do U2, nas palavras de Adam Clayton e Larry Mullen. Como já perceberam, assunto é o que não falta...

    1 – Artistas Unidos contra o Apartheid


    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_bonosteve.jpgAinda em 1985, após a viagem para a Etiópia, Bono resolveu aceitar um convite: participar de um disco-protesto contra o regime do apartheid da África do Sul. O convite veio através de Little Steven, guitarrista da E Street Band, de Bruce Springsteen. Lá, existia um clube chamado Sun City, onde tocavam artistas diversos e onde apenas os brancos eram permitidos.
    Steven reuniu um batalhão de notáveis para o projeto: gente do calibre de Miles Davis, Ron Carter, Herbie Hancock, Bob Dylan, Lou Reed, Bobby Womack, Ringo Starr, Peter Gabriel, George Clinton, Run DMC, Jimmy Cliff, Pete Townshend, e muitos outros nomes. Ele havia tido a idéia após uma visita ao país em 1984, e quis criar um movimento como o Live Aid e como o We Are the World, feito apenas por artistas norte-americanos. Chamou esse super-grupo de Artists United Against Apartheid e começou a trabalhar em um disco, que seria produzido por ele mesmo e Arthur Baker em Nova York. Alguns artistas, como Ringo e Pete Townshend, gravaram suas partes em Londres e enviaram para a América. Cada artista cantaria cinco versos antes do refrão e seriam então mixadas.
    Nesta época Bono estava na América, mas precisamente em Nova York. Junto com Peter Wolf, do J. Geils Band (alguém ainda se lembra que o U2 abriu para eles bem no início?) foram visitar o amigo Steve Lillywhite que estava com um trabalho grandioso nas mãos: produzir um novo disco dos Rolling Stones, que resultaria em Dirty Work. Bono e Peter chegaram em um intervalo onde Keith Richards estava tocando alguns blues em um piano. Bono ficou fascinado com aquelas canções. Keith olhou então para o jovem cantor e pediu que ele se sentasse ao instrumento e tocasse alguma de suas composições. Bono gelou. Além de não saber tocar piano, se sentia nu sem The Edge ao seu lado e mais impotente por desconhecer o blues. Keith deu uma longa risada e disse que precisaria ensinar ao irlandês algumas músicas. “Quando minha geração apareceu, evitávamos de ouvir blues ou qualquer tipo de música muito velha por considerarmos ultrapassadas. E percebi a tolice disso quando encontrei Keith. Eu simplesmente não tinha como oferecer algo a ele.”
    Bono então pediu a Keith que o ajudasse, e junto com o outro guitarrista dos Stones, Ron Wood, se trancaram em um estúdio. Em míseras 48 horas nascia o primeiro blues escrito por Bono: “Silver and Gold”.
    Bono explica um pouco como escreveu a letra: “é a primeira composição que eu escrevi sob o ponto de vista de uma outra pessoa. Também é a primeira canção que escrevi que foi influenciada pelo blues. Eu toquei guitarra com meus pés microfonados do jeito que os antigos bluesmen, como Robert Johnson, faziam. E eu ficava batucando no corpo da guitarra para manter o ritmo. A idéia surgiu com uma citação sobre um boxeador, com a imagem de um lutador no seu canto sendo repreendido pelo seu treinador. É um esporte que eu vinha acompanhando com certo interesse no passado. Considero vários aspectos do boxe muito sórdido, mas aquela imagem era realmente muito boa.”

    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_suncity.jpgDepois de pronta e mixada, Bono pediu que Steven a utilizasse no disco Sun City. Steve agradeceu, mas avisou que o disco já estava finalizado e que as primeiras cópias já estavam sendo prensadas e que não teria como. Porém, Bono não desistiu e ela entrou, ainda que não constasse o nome da faixa, na contra-capa dos primeiros vinis por não ser possível mudar toda a arte do trabalho, o que posteriormente foi corrigido.
    O disco foi um grande sucesso nas paradas de sucesso da Inglaterra, América, e banida da África do Sul, como era esperado. Foi criada também uma lei que os artistas ingleses e norte-americanos seriam proibidos de tocarem naquele país, sendo que quem desobedecesse, seria severamente multado pelo sindicato dos músicos. Era a forma encontrada para apoiar as sanções econômicas contra o regime racial. Veja a letra de "Sun City", escrita por Steven Van Zandt, mais conhecido como Little Steven.

    We're rockers and rappers united and strong
    We're here to talk about South Africa we don't like what's going on
    It's time for some justice it's time for the truth
    We've realized there's only one thing we can do
    I ain't gonna play Sun City
    Relocation to phony homelands
    Separation of families I can't understand
    23 million can't vote because they're black
    We're stabbing our brothers and sisters in the back
    I ain't gonna play Sun City
    Our government tells us we're doing all we can
    Constructive Engagement is Ronald Reagan's plan
    Meanwhile people are dying and giving up hope
    This quiet diplomacy ain't nothing but a joke
    I ain't gonna play Sun City
    Boputhuswana is far away
    But we know it's in South Africa no matter what they say
    You can't buy me I don't care what you pay
    Don't ask me Sun City because I ain't gonna play
    I ain't gonna play Sun City
    It's time to accept our responsibility
    Freedom is a privilege nobody rides for free
    Look around the world baby it can't be denied
    Why are we always on the wrong side
    I ain't gonna play Sun City
    Relocation to phony homelands
    Separation of families I can't understand
    23 million can't vote because they're black
    We're stabbing our brothers and sisters in the back


    2 – Propaganda e a Mãe dos novos irlandeses


    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_propaganda.jpgAlguns acontecimentos agitaram o início de 1986 para o U2. A primeira foi o lançamento da revista Propaganda que seria editada para suprir a sede de informações sobre a banda. Originalmente seria uma revista trimestral contando todos os detalhes sobre o grupo e seria vendida via correio. No entanto, antes já existia uma revista trimestral, chamada U2 Magazine, e que tinha sido lançada em novembro de 1981. Na primeira edição, trazia uma entrevista com Larry, Bono contando as gravações de “Silver and Gold” e com o Clannad, além de um selo que o grupo lançava, o Mother Records.
    Vamos comentar alguns desses fatos. O primeiro e mais interessante é o lançamento da Mother Records. A idéia partiu da banda para ajudar a promover novos grupos locais que não conseguiam espaço em grandes gravadoras. A Mother funcionaria com uma ponte entre as majors do continente, dando a oportunidade de gravarem um ou dois compactos no início. A idéia nasceu em 1984 e o primeiro grupo a gravar por ela foi o In Tua Nua, do violinista Steve Winckham, que havia tocado em “Sunday Bloody Sunday”. “Coming Thru/ Laughing at The Moon”. Este foi o primeiro lançamento da nova casa. O selo durou até 1990 e o grupo que mais sucesso obteve foram os Hothouse Flowers, que depois assinariam com a London, e que é uma banda que vale muito a pena ser ouvida.
    O segundo fato interessante é a parceria de Bono com o Clannad. Uma das bandas mais populares da Irlanda, na ativa desde o início da década de 70, fazia uma ponte entre o folk celta e elementos de rock, com pitadas de rock progressivo. O destaque ficava com a cantora Máire Brennan.
    A primeira vez em que o U2 encontrou com o Clannad foi totalmente acidental, nos estúdios Windmill. O Clannad havia gravado “Harry’s Game” para o filme de mesmo nome, em 1982 e outra para a série televisa Robin of Sherwood, de 1984. A canção deu uma reputação grande ao grupo e vez por outra, quando o U2 viajava pela América perguntavam a eles algo sobre o Clannad. Bono e companhia respondiam, constrangidos, que não sabiam nada sobre eles, apesar de Bono confessar que quase bateu seu carro na primeira vez que ouviu a canção, tamanho impacto causou no vocalista. Portanto, quando as duas bandas se encontraram no estúdio começaram a conversar. O Clannad igualmente desconhecia o U2 e aos poucos iniciaram uma ligação. Máire sugeriu então que as duas bandas entrassem em estúdio para gravarem juntos, mas chegaram à conclusão de que talvez não desse certo. Bono então sugeriu que ele tentasse alguma canção com o Clannad. Entraram no estúdio com o produtor Steve Nye, e Bono pediu um microfone e começou a cantar mesmo sem ter ouvido toda a melodia. O resultado depois de pronto foi estonteante.

    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_clannad.jpg“In A Lifetime” colocou novamente o Clannad (e Bono) na parada e um belo e caro vídeo foi produzido em Gweedore, para divulgar a canção. O cantor lembra que os meses entre as gravações com Keith Richards e com o Clannad foram mágicos, embora perigosos. “Algumas vezes temi que pensassem que eu quisesse seguir uma carreira-solo após me envolver com o disco Sun City, trabalhar com Keith e com o Clannad. Mas isso jamais passou pela minha cabeça porque minha banda favorita continuava sendo o U2. Era apenas um leque de oportunidades que se abriu e que resolvi aproveitar.”
    Ainda em fevereiro, a banda foi eleita pela Rolling Stone como grupo do ano (novamente) e melhor grupo, ao vivo.
    O grupo havia então se transformado do ponto de vista sonoro, abrindo seu leque de opções durante os shows. A banda agora cantava “Cold Turkey”, de John Lennon, “C’mon Everybody”, de Eddie Cochran, “Candle in the Wind”, de Elton John e “Walk On the Wild Side”, de Lou Reed. E o apogeu desse repertório foi o show que rendeu a primeira grande paulada para a banda em sua Irlanda natal…
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    Mensagem por Evan Sáb Mar 28, 2009 8:13 pm

    3 – Self-Aid

    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_selfaid.jpgA idéia era boa: ajudar os desempregados na Irlanda. As bandas formavam a nata do rock irlandês, com alguns poucos convidados ingleses. Mas tudo deu errado e rendeu críticas furiosas. Mas por que?
    A Irlanda sempre foi um país com um gravíssimo problema de desemprego, que acaba obrigando muitos a saírem do país, para tentar uma vida melhor. E a década de 80 foi extremamente dura para o pequeno país. Calculava-se que, em média, 50 irlandeses disputavam arduamente qualquer emprego que aparecesse no país, um “vestibular” odioso e nojento. Animados com o acontecimento do Live Aid, meses antes, 27 artistas resolveram fazer um show que seria mostrado pela televisão RTE para tentar angariarem fundos e ajudar aos desempregados. Cada banda teria 15 minutos para se apresentar.
    A relação completa dos artistas, em ordem de apresentação foi a seguinte: Brush Shields, Bagatelle, Blue in Heaven, Stockton’s Wing, In Tua Nua, Clannad, Big Self, Les Enfants, The Chieftains, Chris Rea, Freddie White, Those Nervous Animals, The Pogues, Cactus World News, Scullion, De Dannann, The Fountainhead, Paul Brady, The Boomtown Rats (último show do grupo), Auto de Fe, Moving Hearts, Rory Gallagher, Christy Moore, Elvis Costello, Chris de Burgh, Van Morrison e U2. O show estava programado para o dia 16 de maio no RDS, em Dublin.
    O evento tinha como slogan a frase “Let’s Make It Work” (algo como “vamos fazer isso funcionar”), mas os críticos chamaram o Self-Aid de “Self-Aid Makes it worse!” (o Self-Aid só fez piorar!). A grande revolta dos críticos em geral era simples: não cabia aos músicos criarem esperanças e empregos aos irlandeses, e sim ao governo, que era taxado de lento e mentiroso. Eles argumentavam que o Self-Aid não ajudaria em nada e até pioraria ainda mais, já que o governo usaria o concerto em seu benefício. Uma revista chamada In Dublin foi mais longe, usando uma foto de Bono e escrevendo em sua manchete frases como “The Great Self-Aid Farce” e “Rock Against the People”. (“A Grande Farsa do Self Aid” e “Rock Contra as pessoas”). Dois artigos particularmente atacaram o grupo. Um de Eamon McCann, intitulado Self-Aid Makes It Worse e um de John Waters, Deus Ex Machina: The Band Who Grew to Earth. Ironicamente, no futuro Waters ficaria amigo do grupo e escreveria um belo livro sobre a banda.
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_86.jpgCríticas à parte, o U2 fez um espetacular show que rendeu um espetacular bootleg (eu tive...), com um repertório diferente. Abriram com “C’mon Everybody”, e seguiram com “Pride”, “Sunday Bloody Sunday”, “Maggie’s Farm”, “Bad”, onde Bono improvisou versos de “Candle in the Wind” e “Walk On the Wild Side”. Para encerrar, ex-integrantes do Thin Lizzy subiram ao palco para homenagear o falecido Phil Lynott, e tocaram alguns clássicos, com Bono liderando os vocais em “Whisky In The Jar”. O saldo final foi até bom já que mais de 1300 empregos foram gerados e perto de um milhão de libras irlandesas arrecadadas.
    Passado o show era hora de mais festivais e por uma causa ainda maior... A Anistia Internacional...



    4 - Conspiracy of Hope Tour

    Em agosto de 1985, Jack Healey, um ex-monge e que era diretor executivo da Anistia Internacional nos Estados Unidos, conseguiu se aproximar de Paul McGuinness e de Bono após um show da banda. Ele havia ficado impressionado com o desempenho e fez uma proposta. Jack queria aumentar o número de voluntários da Anistia na América que eram de apenas 150 mil, um número irrisório perto dos 170 milhões de habitantes dos Estados Unidos. Healey queria organizar um evento e alguns shows pelo país no ano de 1986 como uma forma de chamar a atenção para a organização. Ele sabia que a música poderia ser um veículo perfeito. O que ele queria era simples: poderia o U2 disponibilizar uma semana de seu extenso calendário para a Anistia nesse ano? Paul e Bono disseram que sim. Healey conseguiu a promessa por escrito e começou a planejar o festival.
    Com a carta do U2 embaixo dos braços, começou a procurar outros nomes e falar com promotores sobre o evento. Recebeu um sim de Sting, que chegou a dizer que a única coisa que poderia fazê-lo sair da cama ultimamente seria a Anistia. Lou Reed afirmou não ver uma melhor maneira de usar seu tempo e Peter Gabriel concordou em abrir uma brecha em sua excursão mundial promovendo seu disco So.
    A maratona seria de sete concertos pela América, comemorando os 25 anos da Anistia Internacional. Os participantes seriam, além do U2, Lou Reed, Sting e Peter Gabriel, Bryan Adams, Joan Baez e Neville Brothers.

    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_anne.jpgO ponto alto seria o último concerto no dia 15 de junho no Giant Stadium, em Nova Jersey para uma platéia de 55 mil pessoas. Esse evento ficaria marcado na vida do grupo assim como o Live Aid. Em primeiro lugar, Paul McGuinness resolveu que era hora de testar a joven Anne-Louise Kelly como coordenadora da turnê. Paul iria apenas comparecer como convidado, deixando todo o trabalho para Anne. Uma experiência e tanto. Ela havia tido uma boa influência em angariar nomes para o festival, em especial de Sting e Gabriel.
    A dor de cabeça era grande, principalmente na parte técnica. Os técnicos do grupo responsáveis pela iluminação não haviam conseguido convencer a MTV a mudar o posicionamento das luzes.
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_lou.jpgA emissora não deu bola para as reclamações e não abriu mão de seu contrato. Quando Bono pisou no palco, sentiu um calafrio. As luzes quase o cegaram e ele não conseguia enxergar nada. Mesmo assim, começou o show de maneira feroz. Abriu a apresentação, com “MLK”, seguiu com “Pride”, “Bad”, “Sunday Bloody Sunday” (onde fez um pequeno discurso), atacou com “Maggie’s Farm”, “Cold Turkey”, “Help!” e fechou com “Sun City”, quando dividiu os microfones com Ruben Blades, Lou Reed e Nona Hendryx.
    Mas a banda não era a última atração. Uma espetacular apresentação do The Police fecharia o concerto. Sting estava meio rouco, mas mesmo assim a banda atacou seus clássicos. A grande surpresa aconteceu quando Bono apareceu no palco para dividir os vocais em “Invisible Sun”. Ao final da canção, enquanto Sting vai cantando “one, two three, four, five, six”, Bono vai acompanhando os dedos até chegar o número seis, simbolizando os seis prisioneiros políticos que foram “adotados” pela Anistia como causas urgentes.
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_sting.jpgAo final da canção, uma celebração geral. Todos os artistas que eram os principais, além daqueles que eram convidados para cobrir eventuais buracos – como o próprio Ruben Blades, Miles Davis, Carlos Santana, Yoko Ono, Fela Kuti (que foi realmente beneficiado pela Anisitia e libertado após 20 meses de prisão em seu país natal, a Nigéria), subiram ao palco e liderados por Bono cantaram “I Shall Be Released”, de Bob Dylan. Um último detalhe: Larry e Adam tocaram com os instrumentos de Stewart Copeland e Sting, do Police, sendo que Clayton recebeu um carinhoso beijo na nuca de Sting!
    Aparte o grande espetáculo, Bono reuniu toda sua equipe e queria saber porque o grupo tivera condições técnicas tão desfavoráveis. O U2 havia sido, novamente, o destaq ue da noite, mas Bono estava irritado com o tratamento dado ao grupo.
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    Mensagem por Evan Sáb Mar 28, 2009 8:13 pm

    5 – Uma morte e uma viagem de dar medo

    Logo após a excursão, o grupo voltou rapidamente para Dublin para um descanso e uma programação pessoal de Bono. Ele queria conhecer a América Central e ver as condições de vida na Nicarágua e em El Salvador e conferir pessoalmente o clima de terror e morte que rondavam os países. Mas, antes, uma morte de alguém bem mais próximo o deixou arrasado: a de seu assistente Greg Carroll.
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_greg.jpgNo dia 3 de julho, Bono pediu um simples favor para Greg, a de ir buscar sua motocicleta. Greg foi e no meio do caminho encontrou Guggi, velho amigo de Bono e membro do Virgin Prunes. Os dois conversaram, empinaram as motos, brincaram e foram cada um para seu canto. Quando estava na rua Morehampton, Greg foi atropelado por um motorista bêbado que entrara na rua sem dar sinal. Imediatamente foi levado para o hospital St Vicent, mas acabou morrendo. Dias depois, Steve Iredale e Joe O’Herlihy viajaram com o corpo para a Nova Zelândia, terra natal de Carroll, para o enterro, sendo seguidos por Bono, Larry e Ali, além de Katie McGuinness, irmã de Paul e namorada de Greg. Todos participaram do tangi, uma tradição Maori que dura três dias e três noites, e aconteceu em Kai-iwi Marae, perto de sua terra natal, Wanganui.
    Bono confessa que apenas a morte de sua mãe o havia chocando tanto: “eu já tinha sentido isso antes, com a morte de minha mãe. Agora sinto novamente. Convivemos por muito pouco tempo, mas eu e Greg éramos unha e carne e eu o amava como a um irmão. Ele foi uma dessas pessoas boas demais para viver nesse mundo. Eu precisava vir até aqui, pois senti que devia algo a um amigo e colega de trabalho e desejar que ele retornasse a sua terra natal com a honra que ele merece.”
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_onetree.jpgEm homenagem a Greg, Bono escreveu “One Tree Hill”. Perto da cidade de Auckland existem cinco ilhas vulcânicas e a mais alta delas é chamada de One Tree Hil. Greg a havia mostrado ao cantor na primeira noite em que chegaram à Nova Zelândia, nos primeiros shows promovendo The Unforgettable Fire. A canção entraria em The Joshua Tree e seria lançado em single, apenas neste país.
    Logo após o funeral, Bono viajou para a América Central e viu de perto o clima de medo e selvageria na Nicarágua e El Salvador. A experiência o marcou profundamente e ele a retrataria na canção "Bullet the Blue Sky". O cantor lembra do medo que sentiu nesses lugares e como a vida humana não possui muito valor em locais assim.
    Mas não foi apenas Bono que teve algumas surpresas. Talvez a maior de todas tenha acontecido com Larry.


    6 – Uma (falsa) cirurgia anunciada

    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_larry2.jpgLarry Mullen deu entrada em um hospital em Nova York para operar suas mãos por sentir muita dor. O problema era tão grave que se não fosse bem sucedida a cirurgia, Larry jamais poderia tocar novamente.
    Quando aconteceu isso? Não aconteceu. Mas o boato infernizou a vida do baterista e causou comoção entre os fãs. Quando a notícia se espalhou, o DJ Martin Whelan da Radio 2, de Dublin, disse que os fãs estariam rezando e o apoiando em cada minuto. Mas Larry não estava em Nova York e sim, em Dublin ensaiando as novas composições. Inicialmente, um porta-voz do grupo tentou desmentir os boatos, dizendo que Larry tinha um problema em uma das mãos, mas que era algo perfeitamente normal para um baterista e que em nenhum momento deixaria de tocar ou que seria operado. “Não são mãos de pianista e sim de um baterista. Larry pode e deverá tocar ainda por muitos anos”, disse o porta-voz.
    Confuso com o boato, o próprio Larry deu uma entrevista explicando a história: “eu realmente tenho um problema em minha mão esquerda e ele se manifestou um ano atrás, durante um show em São Francisco. Senti uma dor imensa e me senti sem condições físicas de fazer o show daquela noite. Fui levado a um hospital e um médico me examinou e disse que eu precisaria ficar duas semanas sem tocar. Mas estávamos no meio da turnê e as datas não poderiam ser canceladas e ele me receitou uns analgésicos para que eu pudesse tocar. Mas os analgésicos e os anti-inflamatórios não estavam fazendo efeito e conversei com Max Weiberg, que tocava com Bruce Springsteen, que já tinha operado cada dedo de todas as mãos. Ele me disse para não ficar maluco que isso era normal. Mas eu fiquei.”
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_larry.jpgAssim que terminou a turnê, Larry visitou vários médicos que não conseguiam identificar a causa. Alguns especularam se a postura de Larry na hora de tocar não estava o obrigando a fazer uma força desnecessária com a mão esquerda. “Visitei o maior médico da Europa e ele sugeriu que fizéssemos uma cirurgia para que ele pudesse ver o que havia de errado, pois ele nada encontrava superficialmente ou nos exames. Mas eu não topei e recentemente um médico de Dublin me deu uns remédios novos que estão me ajudando muito. Não é um esteróide e não é uma droga. Não sei como funciona mas ele reduz o inchaço e agora existem menos problemas. É uma questão de saber o quanto eu posso forçar a minha mão e então cuidar dela, banhando em água gelada e descansando o máximo possível.”
    Segundo Larry, o boato se espalhou por uma coisa tola: “Max me ligou um dia para saber como ia minha mão e me disse que um hospital de Nova York estava fazendo uma campanha para prevenir problemas nas mãos em músicos. Max pediu que eu desse uma entrevista para a revista Musician alertando os bateristas do cuidado que devemos ter com as mãos. Acho que esses boatos nasceram assim.”
    O baterista conta que ficou muito decepcionado com a imprensa inglesa. “Que o Daily Mirror, que é um jornal sensacionalista e que só publica merda, fale isso de mim, não me incomodo, mas fiquei muito triste quando vi a matéria no Independent e no Herald, pois sei que são jornais sérios e eles poderiam, ao menos, ter verificado melhor antes de criarem toda essa confusão.”
    Larry ressalta que depois de toda a confusão, as dores passaram e que estavam totalmente controladas.
    E se Larry e Bono tiveram momentos estranhos e penosos, o mesmo não aconteceu com The Edge. Pelo contrário, o guitarrista tinha até uma curiosa notícia para dar...
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    Mensagem por Evan Sáb Mar 28, 2009 8:14 pm

    7 – The Edge faz disco solo e lança Sinéad

    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_edge2.jpgEnquanto o grupo começava a escrever novas canções, The Edge lança em agosto um disco-solo, intitulado Captive. Na verdade, era uma trilha sonora para um filme dirigido por Paul Mayersberg e que não fez grande sucesso.
    The Edge explica que não havia pensado em escrever algo para o cinema. “Essas canções começaram a ser escritas em Londres, durante uma pausa nossa. Eu comecei simplesmente a compor algumas canções, mas sem nenhum objetivo maior. De repente, achei que elas poderiam servir para algum filme, e tentei fazer algum contato em Hollywood. Mas tudo lá é muito complicado, um grande labirinto. Como não conseguia nada, me lembrei de David Puttman, que é um produtor britânico de filmes e pedi sua ajuda. No mesmo instante, a indústria britânica abriu as portas para mim.”
    Puttman acabou fazendo alguns contatos até chegar em Don Boyd, que estava produzindo Captive. Boyd mostrou o trabalho para Mayersberg e os dois gostaram muito das músicas e convidaram o guitarrista para viajar até Paris, onde o filme estava sendo produzido.
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_captive.jpg“Eles não fizeram nenhuma exigência e nem ficaram indo ao estúdio para ver como andava o processo. Perguntaram se eu podia escrever alguma canção que ajudasse a promover o filme, mas disse que não iria prometer nada, pois não tinha nenhuma experiência em produzir músicas com essa finalidade. Para me ajudar no processo Michael Brook veio me auxiliar e fizemos as músicas”
    Mas The Edge conseguiu sim uma música que ajudou a promover o filme. E para isso contou com a ajuda de uma novata: Sinéad O’ Connor. Sinéad era uma amiga de The Edge e o ajudou a escrever “Heroine”.
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_edge.jpgO disco era totalmente estranho para os fãs do U2 já que o guitarrista explorou seu lado mais “europeu”. “Bono fala que eu sou o mais europeu dos membros do U2, mas não acho que tem mais a ver com o meu gosto por música. Não sou um grande fã de solos de blues. Prefiro coisas mais esparsas, melancólicas e isso tende a ser relacionado mais com a Europa do que com a América.”

    O guitarrista lembra que a experiência foi muito interessante e um tanto assustadora. “É impressionante o número de pessoas envolvidas em uma produção dessas. Você acaba nem sabendo mais quem manda ou quem está controlando quem. Existem atores, diretores, iluminadores, e eu ficava no meu canto escrevendo as canções e pensando se estava fazendo bem o meu trabalho.”
    Depois de tantos shows, projetos, traumas e aventuras pessoais era a hora de todos os integrantes se reunirem e pensarem em um novo disco. E assim começa a construção do mais bem-sucedido disco da carreira do U2...

    8 – The Joshua Tree


    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_pose.jpg O disco que levou o U2 aos píncaros do sucesso começou de uma maneira bem lenta, indecisa e totalmente inusitada. Mais uma vez Brian Eno e Daniel Lanois foram convocados para a empreitada. As diversas experiências desde o lançamento de The Unforgettable Fire deveriam ser agora traduzidas. “Nossa primeira preocupação era voltarmos a pensar em termos de canções. Quando gravamos o último disco fizemos coisas maravilhosas como “4th of July” de uma maneira muito improvisada. Desta vez resolvemos pensar em estruturar canções e trabalharmos nelas”, lembra The Edge.
    Adam lembra que pela primeira vez Bono teve tempo suficiente para escrever suas letras. “É verdade, eu já vinha pensando nelas desde 1985. O que me incomodava é que elas não pareciam ser canções para o U2 gravar. Havia um pouco de blues, um pouco de gospel. Pensei o que faria com elas até observar que o grupo estava preso em uma camisa-de-força e resolvi que deveríamos dar um passo a frente.”
    Bono lembra que muitas das músicas foram gravadas de maneira quase amadora. “Muitas vezes quando estávamos no estúdio e a luz vermelha acendia, não conseguíamos render. Por isso preferimos gravá-las em um quarto na casa de Larry ou na sala de Adam, como se fossem demos. Queríamos deixá-las brotarem livremente.”
    Nessa época o grupo já estava mais influenciado pela música norte-americana. Assim “Bullet the Blue Sky”, foi totalmente baseada sobre a viagem que Bono fez para a América Central e com forte influência do blues, que The Edge, já havia confessado não ser sua maior influência.
    “Red Hill Mining Town” foi escrita sobre a greve dos mineiros na Inglaterra que ocorreu em 1985 e que depois de terminada, deixou muitos deles desempregados, já que as empresas fecharam as portas. Bono havia lido um livro justamente chamado Red Hill, do jornalista Tony Parker, sobre o tema. Curiosamente, essa canção é a mais misteriosa do disco por dois motivos. O primeiro é que ela foi pensada como um single e um vídeo foi feito, dirigido pelo aclamado diretor irlandês Neil Jordan. Porém, o vídeo e a canção nunca foram lançados, oficialmente porque a banda não gostou do resultado final. Alguns, no entanto, especulam, que Bono pediu para que ela não se tornasse uma música de trabalho, pois não conseguiria reproduzir no palco as notas altas que conseguiu em estúdio.
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_u2.jpgO disco caminhava, mas uma faixa, particularmente, estava tirando o sono de Brian Eno: “Where the Streets Have No Name”. Brian estava desesperado com o começo da canção e mesmo tendo trabalhado nela diversas vezes, não conseguia encontrar o arranjo ideal. Em um momento de puro ódio, resolveu jogar fora a canção inteira, mas foi proibido por um jovem engenheiro que estava no local e não deixou que Eno cometesse tal crime. Ela acabou sendo uma das quatro canções que foram dadas para que Steve Lillywhite mixasse. As outras seriam “Bullet The Blue Sky”, “With or Without You” e “Red Hill Mining Town”. A canção falava da relação de amor e ódio de Bono com Dublin. O cantor relata que ficava desesperado com a degradação da cidade, com a construção de prédios e de ver algumas paisagens de sua infância simplesmente desaparecerem. “De todas, é a canção que mais se parece com o velho espírito do U2, porque foi feita aos pedaços. Eu estava tentando encontrar uma local para poder retratar, talvez um local espiritual, talvez algo mais romântico, tentando capturar algo, enfim. Eu sempre senti claustrofobia em grandes cidades e imaginei um lugar onde não houvesse ruas, paredes, nada.”
    Daniel Lanois é considerado uma figura-chave de todo o trabalho. Ele funcionava como uma ponte entre o que a banda queria e o que Eno sugeria. “Muitas vezes parecia que o estúdio ia desabar com as diferenças entre Brian e a banda”, lembra Lanois.
    O tema das drogas voltaria a ser abordado em uma outra canção, “Running to Stand Still”. Na letra há uma referência às “sete torres”, um condomínio localizado nas Torres de Ballymun, na parte norte de Dublin onde Bono costumava brincar quando menino. Lá, era o local preferido para as pessoas comprarem e usarem drogas.
    “Mothers of Disapperead” foi feita em homenagem às mães que viram seus filhos sumirem durante governos ditatoriais. Ele conta que durante a viagem à América Central, várias delas mostravam cartazes com fotos de seus filhos seqüestrados pelo governo. A metáfora valia também para os violentos governos na Argentina, na década de 70 e no Chile, nos anos comandados por Pinochet.

    “One Tree Hill”, como já citada foi feita em homenagem à Greg Carroll, a quem o grupo dedicou o disco.
    “I Still Haven't Found What I'm Looking For” veio de uma frase falada por The Edge durante as gravações e que parecia premonitória. The Edge conta que ela nasceu como um reggae, em que Bono bolou uma melodia e Edge entrou com o título. A música estava sendo deixada de lado quando começaram a ouvir os discos de música gospel que Brian Eno havia levando, e que só perceberam o quão especial era na hora da mixagem. “Muitos críticos norte-americanos a odiaram quando ouviram pela primeira vez, dizendo que tínhamos feito uma imitação fraca da música deles e que ‘I Want To Know What Love Is’ do Foreigner era muito melhor do que a nossa”, lembra o guitarrista.
    E havia, claro, “With Or Without You”, primeiro single do novo disco e a primeira canção a dar ao grupo o primeiro lugar nas paradas norte-americanas. Reza a lenda que a inspiração veio de Lou Reed que disse a Bono e que ele tinha um grande dom e deveria espalhar isso para o mundo. A letra fala de um amor físico impossível de ser vivido e que acaba fulminando os desejos ou sonhos do outro. Uma das canções mais belas do grupo, lindamente construída sob uma sólida base rítmica feita por Larry e Adam e que explode na voz de Bono.
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_tree.jpgO título do disco é até hoje pouco explicado pelo grupo. Originalmente o título foi tirado de uma pequena cidade que leva esse nome no chamado “Vale da Morte” na Califórnia. Foi lá que Gram Parsons, ex-integrante dos Byrds e do Flying Burrito Brothers, foi enterrado. As fotografias tiradas pelo já fotógrafo oficial Anton Corbjin mostravam o deserto da região, e nela existe uma árvore chamada justamente de Joshua Tree. Mas Bono gosta de dizer que para ele, o título do disco traz uma metáfora intraduzível e que prefere que as pessoas descubram algum significado. “Afinal, é mais um espírito de todo nosso processo do que uma simples explicação.”
    http://www.beatrix.pro.br/mofo/imagens/u207_joshuatree.jpgLançado no dia 9 de março de 1987, The Joshua Tree teve um efeito devastador no mundo, sendo até hoje o disco que mais rápido vendeu na Inglaterra – cerca de 300 mil cópias em míseras 48 horas. O disco estreou na sétima posição nos Estados Unidos e em três semanas alcançava o primeiro lugar. No total, seriam mais de 17 milhões de cópias vendidas pelo mundo e uma comoção que a banda jamais sonhara.
    O grupo começaria então uma série de shows pela América sedimentando sua relação ambígua com o país e onde se tornariam a banda mais famosa e importante dos anos 80.
    Mas o desfecho de tudo isso, a excursão, a capa da revista Time, os singles, o controvertido clip para “Where the Streets Have No Name”, a pressão que as palavras e as manifestações de Bono trouxeram para cima da banda e a gestação de Rattle and Hum ficam para o próximo capítulo...

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